A brisa e o vento
A brisa e o vento são personagens de muitas histórias. A brisa era conhecida e respeitada pela sua delicadeza, pela sua sabedoria, mansidão e pelo cuidado com que tratava a todos. O vento, igualmente conhecido, é temido em vez de ser respeitado. Temido pela sua fúria, pela sua força bruta, pela ameaça que representa para todos.
Certo dia um incêndio começou na floresta ameaçando toda a natureza. Os animais corriam apavorados, as árvores balançavam apreensivas, os insetos fugiam para os seus abrigos mais profundos.
Diante da ameaça todos se reuniram em assembleia discutir a quem pedir ajuda. O vento era quase uma unanimidade, pela sua força, pela sua bravura. Foi chamado e entrou logo em ação.
Assoprou com toda força e em todas as direções, mas o resultado foi um desastre.
Atiçou ainda mais as chamas, criou novos focos de fogo, reacendeu braseiros quase apagados e, além disso, quebrou árvores, destruiu ninhos, arrancou plantas, enfim, provocou uma catástrofe tão grande que todos resolveram pedir que ele parasse.
Decidiram então chamar a brisa para ajudá-los.
Ela atendeu prontamente. Soprou suave e ordenadamente, começou a juntar as nuvens enquanto mudava de direção cercando os focos de fogo, com calma, com jeito. Pouco tempo depois as nuvens densas despejaram uma grande chuva. O fogo estava apagado. Todos aliviados reconheciam a grande autoridade com que se caracterizava o comportamento da brisa.
Nas empresas essa história se repete todos os dias. Temos poucos chefes brisa respeitados pela autoridade do saber, da moderação e da serenidade. Temos muito chefes vento temidos pelo estrago que causam sempre que agem.
Deveria haver um símbolo para esses chefes no mapa de risco. Eles são fatores de estresse, de adoe-cimento e, até, causa de muitos acidentes. Como não têm a autoridade que lhes confere poder, tem de ser autoritários para se impor pela força bruta. Nunca serão nada além de temidos e odiados.
Você conhece algum chefe vento?
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente