A cada dia um protesto diferente

Os trabalhadores na Volks decidiram por unanimidade iniciar um processo de lutas por contratações. Em assembléia ontem à tarde ficou decidida a realização de um movimento diferente a cada dia.

“A fábrica esperava que fizéssemos uma greve geral para que parasse a produção e depois retomassem as linhas sem problema. Mas se enganou”, disse o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo.

Ele denunciou que a empresa mente quando obriga as chefias a dizer que está negociando. Como prova, leu trecho da carta que a Volks mandou para o Sindicato: “O quadro de empregados tem se revelado adequado ao atendimento dos volumes de produção, razão pela qual a Volkswagen não compartilha do entendimento desta entidade sindical quanto a necessidade de novas contratações”.

Wagner Santana, o Wagnão, diretor do Sindicato, explicou que se um dia os trabalhadores decidirem fazer uma greve, no dia seguinte podem optar por uma operação tartaruga; no outro dia parar um ou vários setores; no dia seguinte simplesmente irem embora.

“Continuaremos nossas ações até que fábrica chame para conversar. Estamos prontos para negociar”, afirmou.

Durante a assembléia, Wagnão fez um histórico das tentativas de negociação e da intransigência da empresa até chegar na situação  atual. “A fábrica chegou ao cúmulo de dizer que é prerrogativa dela decidir se faz ou não manutenção de uma máquina. Só que o risco de ter um dedo decepado ou sofrer um acidente mais grave é nosso”, prosseguiu o dirigente.

A representação conversou com todos os encarregados sobre a necessidade das contratações e todos concordaram, o que comprova a falta de pessoal.

Coube a Feijóo concluir: “Faremos uma luta prolongada. E não adianta a empresa tentar intimidar com greves ou suspensões, os metalúrgicos do ABC não se dobram”.