A camisa de força neoliberal e a alta dos preços dos alimentos

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Foto: Divulgação

O governo Bolsonaro, que foi um fiel servidor do mercado financeiro, tirou do Estado brasileiro ferramentas importantes capazes de dar dinamismo à economia, como a autonomia do Banco Central, a desarticulação da cadeia da Petrobras com a privatização das refinarias de petróleo e da BR Distribuidora, a diminuição de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a privatização da Eletrobras.

Outra medida do governo Bolsonaro, para favorecer o setor privado em detrimento da maioria da população, foi a extinção da política de estoques reguladores de alimentos mantidos pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Foram fechados 27 armazéns públicos de abastecimento e vendidos os respectivos estoques, que foram reduzidos a quase zero.

O papel da Conab é estabelecer um equilíbrio de preços entre os consumidores e os produtores. Quando os alimentos estão baratos, o governo compra grandes quantidades para garantir preço e renda aos produtores e, quando os alimentos estão em alta, o governo libera os estoques para o mercado a fim de baixar os preços para os consumidores e combater a inflação.

O atual governo está se esforçando para reestruturar a Conab, abrindo mais de 60 armazéns em todo o Brasil, para que ela possa desempenhar o papel de regular os preços dos alimentos essenciais à população. Mas muitos produtores preferem jogar seus produtos no lixo para especular com os preços dos alimentos ou priorizar a exportação, devido à demanda externa, aproveitando a alta do dólar que, por sua vez, pressiona os preços para cima no mercado interno.

A agricultura voltada para a alimentação da população é considerada, em muitos países, uma questão de segurança nacional, e no Brasil não deve ser diferente.

Departamento de Formação