A cidadania encenada nas campanhas eleitorais e a vida real

A população das periferias nas grandes cidades é tratada de maneira distinta durante e depois das eleições. Nas campanhas os candidatos reconhecem as carências da população.

Foto: Divulgação

Problemas com o transporte, a saúde, a educação, a violência, a moradia e as creches são mencionados com a naturalidade de quem convive com essas mazelas. Além disso, não faltam propostas para solucionar os problemas, como a inauguração de novos hospitais, escolas, corredores de ônibus, conjuntos habitacionais e assim por diante.

Nos debates os candidatos duelam entre si sobre quem tem mais autoridade para falar da população carente, dos pobres e dos excluídos. De olho nos votos dos milhares ou milhões de habitantes da periferia, os candidatos lhes concedem alguns minutos de dignidade para depois ignorá-los até a próxima eleição. O direito a uma vida digna não pode ser encarada como encenação teatral que nunca acontece na vida real.

É claro que existem candidatos sérios e comprometidos com a população mais carente e, alguns deles, tiveram uma votação expressiva e foram eleitos. A desqualificação da política e do seu papel transformador, impulsionada pela elite dominante, exerce um efeito repressor sobre a voz da periferia.

Além disso, o marketing político e as fakes news transformam lobos em cordeiros. Nas últimas eleições municipais, vimos muitos candidatos, cujos partidos foram os maiores algozes dos trabalhadores, ao aprovarem o teto dos gastos, a reforma Trabalhista e da Previdência, por exemplo, saírem vitoriosos nas eleições municipais.

Temos um grande desafio que é mudar esse cenário que reproduz a desigualdade e perpetua no poder aqueles que não têm nenhum compromisso real com a maioria da população.

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