“A Cipa é o coração da luta dos trabalhadores”
Na semana do Dia do Cipeiro, a Tribuna conversa com representantes na base. Confira:
“É importante ter organização no local de trabalho para garantir que o trabalhador venha, venda a sua mão de obra e não saia lesionado. Tem que lembrar que tem alguém em casa te esperando e que vai sofrer muito se algo acontecer. Já a empresa sempre vai colocar outra pessoa no lugar. Além das discussões de saúde e segurança, as mulheres têm peculiaridades no dia a dia. Por isso, mulher tem que ir para luta e conquistar espaços, só ela sabe o que outra mulher passa. O óbvio tem que ser dito, não basta ser só visto. A gravidez não é doença, mas tem que ter a sensibilidade de não deixar mulher grávida de oito meses na linha, é possível colocar em uma condição mais suave de trabalho”, Rosimeire Conceição, a Rosi, CSE e vice-presidenta da Cipa na Volks.
“O trabalho da Cipa é fundamental para a organização dos trabalhadores no local de trabalho. É o coração da luta dos trabalhadores, onde toda a nossa luta começou. Antes de Comitê Sindical e Comissão de Fábrica, já tinha a Cipa que lutava por melhores condições de trabalho. Os cipeiros são referência dentro da fábrica, verdadeiros bombeiros, sempre apagando fogo. Na pandemia, a preocupação de todos com a saúde e a segurança aumentou, com medidas de distanciamento, horários diferentes de almoço para não ter aglomeração. Verificamos na fábrica toda se o local de trabalho está adequado, com distanciamento ou isolamento. É uma coisa nova para todo mundo e temos que nos adaptar”, Adelmo Gonçalves da Silva, CSE e cipeiro na Autometal, em Diadema.
“Atuar na Cipa é ajudar os companheiros, evitar qualquer risco de acidentes, fazer o que for possível para melhorar o ambiente de trabalho. Conheço muita gente na fábrica e acabo fazendo a ponte com os representantes do Sindicato para encaminhar as demandas em conjunto. Uma vez cipeiro, sempre cipeiro, mesmo que não esteja em mandato. É algo automático, se vê algo errado, já encaminha para mostrar a ocorrência e resolver, seja óleo no chão, proteção das máquinas, sensores. Nesta pandemia, o impacto foi grande no retorno, tanto para esclarecer as medidas tomadas, dar suporte e até para acalmar o pessoal e evitar risco de acidentes”, Antonio Lima dos Santos Filho, o Bola, cipeiro na ZF, em São Bernardo.
“Estou no primeiro mandato de Cipa, decidi participar por ter esse contato mais próximo com as pessoas na empresa. É 100% importante, as pessoas ao redor esperam algo de você, a gente passa mais tempo com as pessoas do trabalho, acompanhamos como se fosse alguém da família. Então é importante defender a saúde de quem está perto de você, se unir e lutar por melhorias para que todos tenham uma qualidade de vida melhor dentro do trabalho e fora também. Agora com a pandemia a gente tem que se adaptar a essa nova realidade, mais complexa do que via antes. Teve a volta de um grupo de trabalhadores, com medidas de distanciamento dentro da fábrica, uso de máscaras, álcool gel.”, Jonathan Pereira dos Santos, o Robô, cipeiro na Dura Automotive, em Rio Grande da Serra.