A conquista do voto feminino no Brasil
Na contramão do atual momento da história política do nosso país, marcado por manifestações permanentes de autoritarismo, vamos destacar um momento de vitória da democracia brasileira.

Trata-se da conquista do sufrágio universal feminino no Brasil no dia 24 de fevereiro de 1932, depois de muitas batalhas travadas pelas mulheres em mais de quatro décadas. Com isso, elas conquistaram a possibilidade de também serem eleitas para cargos executivos e legislativos. Antes dessa conquista, temos notícia de apenas uma experiência isolada no Rio Grande do Norte, o único estado brasileiro a estender o voto universal às mulheres em 1927. Foi neste estado também que Alzira Soriano, aos 32 anos, enfrentando o forte sentimento de misoginia que marcou a sua campanha, foi eleita a primeira prefeita na cidade de Lajes em 1928, caso único na América Latina até aquela data.
As restrições impostas ao decreto de Getúlio Vargas que permitia o direito básico ao voto somente às mulheres casadas, com autorização dos maridos e às viúvas e solteiras que tivessem renda própria, fruto do preconceito social e da herança patriarcal machista, foram retiradas dois anos depois da primeira grande vitória graças à luta persistente do movimento feminista.
Passados 89 anos dessa importante vitória, a luta das mulheres por maior participação política continua sendo um dos grandes desafios da democracia brasileira. Embora representem 51% do eleitorado brasileiro, elas compõem apenas 15% da representação no Congresso Nacional.
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