A construção interrompida e o desafio de promover o salto para frente

Em praticamente 50 anos (1930-1980), o Brasil passou de um país predominantemente rural, voltado a uma economia primária, para um país de industrialização complexa que chegou a responder por 33% do PIB nacional e algo em torno de 3,5% do PIB mundial.

O modelo desenvolvimentista brasileiro contou com uma forte presença do Estado que foi fundamental para queimar etapas em relação ao nosso “capitalismo tardio”.  Um dos marcos desse processo foi a fundação do BNDES, em 1952, e da Petrobras, em 1953.   

A partir de meados dos anos 1980, com a crise da dívida externa, e na década seguinte, sob domínio neoliberal, o Brasil passou de uma condição emergente para submergente em relação à economia mundial.

Nos governos de Collor, FHC, Temer e Bolsonaro o papel do Estado como indutor e planejador da economia foi duramente criticado. A economia brasileira abriu-se de forma desorganizada e subordinada ao mercado internacional como forma de aumentar a concorrência, que segundo os postulados neoliberais, levariam ao aumento da produtividade industrial. As privatizações  desnacionalizaram ainda mais a economia brasileira. Tais medidas foram acompanhadas por ataques aos direitos trabalhistas e à proteção social.

O resultado dessa devastação neoliberal autoritária todos nós sabemos: desindustrialização, desemprego estrutural, aumento da dependência externa, precarização do trabalho e aumento da desigualdade.

Com o novo governo, temos a grande oportunidade de reverter o atual quadro de retrocesso. A retomada do protagonismo do Estado brasileiro na promoção de um crescimento econômico sustentável liderado por um novo modelo de industrialização com inovação tecnológica, pesquisa, respeito ao meio ambiente e emprego decente é uma das grandes pautas do sindicalismo brasileiro.

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