A democracia brasileira entre conspirações e golpes
Em outubro de 1962, ocorreram eleições parlamentares para o Congresso Nacional e para governadores em 11 estados no Brasil.
O país vivia um momento de intensa agitação política durante o governo do presidente João Goulart que sofria forte oposição de setores de direita e extrema direita. Essa oposição contou com a participação de duas instituições que tiveram papel destacado na conspiração do golpe em 1964: o IPES (Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais) e o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática).
Essas duas instituições contaram com forte apoio da embaixada dos Estados Unidos, chefiada pelo embaixador Abraham Lincoln Gordon.
O IBAD, que foi fundado em 1959, intensificou sua atuação em 1962 financiando candidatos que fizessem oposição a João Goulart nas eleições de 1962 com recursos oriundos do governo dos Estados Unidos. Além disso, produzia mais de 80 programas semanais de rádio de alcance nacional e uma revista mensal com uma tiragem de 250 mil exemplares.
O IPES foi fundado em novembro de 1961 por empresários brasileiros e contou com a participação de intelectuais, militares e profissionais de diversas áreas.
O IPES também visava articular diversos setores conservadores para garantir que a conspiração em marcha do golpe contra o governo de Goulart tivesse apoio social. Produziu diversos materiais de propaganda como livros, filmes, revistas, panfletos e cartazes visando desestabilizar o governo.
Os filmes eram exibidos em fábricas, nas praças das pequenas cidades do interior do Brasil e antes das sessões de cinemas. Um dos principais slogans das propagandas do IPES era “omissão é crime”.
O discurso anticomunista era um argumento da elite econômica e política para evitar que as reformas populares fossem levadas adiante por João Goulart como, por exemplo, a reforma agrária. Essas tentativas recorrentes de fazer a história andar para trás tem tido a resposta do povo brasileiro, que não tem se deixado silenciar diante da opressão.
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