A desigualdade de gênero

Desde o incêndio na fábrica em Nova York, que deu origem ao Dia Internacional da Mulher, até hoje, foram inúmeras as conquistas: direito ao voto, controle da natalidade, direito à candidatura, ampliação do mercado de trabalho, conquista de cargos de chefia entre outras.

Entretanto, estamos longe da igualdade de direitos garantida na Constituição. A condição de desvantagem experimentada por mulheres em diferentes contextos é conhecida como desigualdade de gênero.

O mercado de trabalho é um dos indicadores desta desigualdade. Segundo o IBGE, o percentual feminino na população economicamente ativa (PEA) passou de 39,4% em 1992 para 42,5% em 2002. Mas esse movimento das mulheres em direção ao mercado de trabalho não levou a mudanças positivas.

A desigualdade mais visível é a salarial. Mulheres e homens ocupam postos de trabalho semelhantes e são diferentemente remunerados. Os salários dos homens são, em média, 40% a 50% mais altos que os das mulheres. Mesmo com mais anos de estudo, as mulheres ainda ganham menos.

As mulheres têm uma velhice mais pobre que a dos homens. Embora sejam 56% das pessoas beneficiárias de aposentadorias e pensões, elas recebem apenas 47% da renda distribuída pela Previdência. Este dado retrata também a má-distribuição da renda de aposentadorias e pensões no Brasil.

Outra situação social que denuncia a desigualdade é a violência doméstica e sexual. Conforme dados da Rede Nacional Feminista, a cada 15 segundos uma mulher é espancada no Brasil. Os principais agressores são pessoas de suas relações afetivas, principalmente maridos e parceiros.

O dia 8 de Março simboliza a luta pela igualdade de direitos, e de maneira alguma se trata de uma luta do passado. Mudar este contexto de profunda desigualdade requer ainda um longo caminho.

Subseções Dieese CUT Nacional e Sindicato dos Metalúrgicos dos ABC