A difícil luta para manter os direitos
Os metalúrgicos do ABC estão de parabéns. Depois de enfrentar os mais variados ataques às suas conquistas sociais, a Convenção Coletiva de Trabalho foi mantida com todas as cláusulas anteriores, notadamente a que garante estabilidade aos acidentados no trabalho e aos portadores de doença profissional, até a aposentadoria. E mais, a manutenção desta importante conquista foi conseguida em todos os grupos (montadoras, autopeças, máquinas, eletroeletrônicos, fundição, esquadrias, lâmpadas, etc).
A importante conquista da manutenção de direitos sociais veio acompanhada de reajustes salariais com base na inflação do período (01.11.98 a 31.10.99), recuperando o poder de compra do salário, o que, convenhamos, tem sido muito difícil para outras categorias.
A mais difícil luta na campanha salarial foi, mesmo, a garantia da cláusula do acidentado, objeto de um enfrentamento contundente por parte do empresariado, com força maior no setor de autopeças, onde esse direito foi descaracterizado, no caso de doença profissional, para os metalúrgicos da base da Força Sindical.
No caso dos metalúrgicos da CUT, como é o nosso, todo trabalhador que sofre acidente de trabalho ou adquire doença profissional, tornando-o incapaz de exercer a mesma função, mas com capacidade de ser readaptado em outro cargo compatível com o estado de saúde atual, tem direito a estabilidade no emprego até a aposentadoria. Para o trabalhador da base da Força Sindical, esse direito será mantido apenas para o acidentado. O portador de doença profissional terá garantia de emprego temporária limitada a 33 meses, tendo que passar obrigatoriamente pela perícia médica do INSS. Ou seja, terá a garantia se a empresa quiser (basta não afastar o trabalhador por mais de 15 dias).
São fatos como esse que atestam a importância do nosso Sindicato e servem como alerta contra ataques futuros à Convenção.