A entrevista da TVT ao O Globo

O jornal carioca O Globo publicará no próximo domingo (5) ou segunda (6) uma reportagem sobre o Seu Jornal, noticiário da TV dos Trabalhadores. A repórter Leila Swwan procurou a Assessoria de Imprensa da TVT e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC nesta sexta-feira (3) para solicitar respostas a sete perguntas relativas à TVT, mais precisamente sobre o Seu Jornal, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 19h às 19h30 pelo canal UFH 46 e demais canais conveniados.

Segundo a jornalista de O Globo, ela “analisou o Seu Jornal desde o dia 24 de agosto (um dia após a estreia da TVT) antes de formular as perguntas. Em 2009, quando saiu o decreto da outorga da emissora de TV à Fundação Sociedade, Comunicação, Cultura e Trabalho, entidade cultural sem fins lucrativos criada e mantida pelo Sindicato, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, atendeu (na sede) a reportagem do jornal O Globo para uma longa entrevista, na qual o dirigente forneceu todas as informações solicitadas pelo repórter. O produto final, ou seja, a reportagem publicada na sequencia informou inverdades e distorceu fatos. Por isso, seguem abaixo a íntegra das respostas enviadas ao jornal O Globo na tarde desta sexta-feira (3).   

1.(O Globo)  O programa noticiário é independente ou tem posição partidária. Se tiver, existe um posicionamento editorial declarado?

R: A TVT, TV dos Trabalhadores é uma TV Educativa, portanto deve exibir conteúdos de informação, educação e cultura. A TVT não está vinculada a nenhum partido, governo ou empresa, da mesma forma que seu mantenedor, o Sindicato dos Metalurgicos do ABC, estando subordinado apenas às decisões democráticas de seus filiados. Ela nasceu com o compromisso e objetivo de representar o universo do trabalho – tema normalmente excluído ou muito mal reportado pela mídia comercial do País. A emissora também tem o objetivo de ser um canal de amplificação da voz dos movimentos sociais. O noticiário da TVT (Seu Jornal) se pauta pela independência e pluralidade, aliás, como deveria fazer (e não faz) a mídia noticiosa brasileira.  O posicionamento editorial é claro, ou seja, a TVT estará aberta a todas as forças progressistas do País e todos os movimentos, entidades, instituições que desejam, traduzam, representam e lutam por um país mais justo e igual para todos os brasileiros.

2.  Quem é o jornalista responsável pelo “Seu Jornal” e poderia fornecer em linhas breves a orientação do noticiário? O apresentador afirma que o noticiário dá voz aos sindicatos e movimentos sociais, mas percebi também que há um foco de “serviços” e uma atenção especial para as questões cotidianas da região do ABC.

R: A diretora de Jornalismo é a jornalista Nelma Salomão. O noticiário está voltado a retratar o mundo do Trabalho e dos movimentos sociais, comunitários e coletivos. Ao mesmo tempo, as regiões nas quais estamos mais presentes (ABC e Alto Tietê paulistas), vivem “à sombra” da capital, não tendo emissoras próprias de TV, portanto a TVT visa suprir também esta lacuna de serviços específicos a essas regiões.

3.  Por que o comentarista escolhido é o próprio presidente da Fundação, Valter Sanches? É ele quem escolhe os temas comentados? E no caso do comentarista na Alemanha? O conteúdo é opinativo?

R: O presidente da Fundação está exercendo o papel de comentarista em caráter provisório, enquanto a pessoa convidada para esta função possa concluir projetos em que está envolvida. O tema do comentário é escolhido de comum acordo com a editoria-chefe do Jornal, de acordo com temas relevantes do dia. O comentarista internacional (Flávio Aguiar), residente em Berlim, de forma geral traz assuntos relevantes ao mundo do Trabalho principalmente na Europa em perspectiva em relação ao Brasil e também informa sobre como o Brasil é retratado pela sociedade e imprensa internacional. Ele tem liberdade de fazer seu comentário e a editoria decide como editar.

4.  Há intenção de exaltar, discreta ou abertamente, programas e gestão federais?

R: Não há intenção de exaltar nem criticar programas ou gestões federais, estaduais e/ou municipais, mas informar e opinar sobre temas que, eventualmente, sejam promovidos por qualquer governo, poderes e da sociedade em geral que tenham impacto sobre o mundo do Trabalho.

5.  Há um manual de Redação sobre denúncias, procura de informações do contraditório, outro lado etc. nas reportagens?

R: O “Manual” que a redação segue é o da tradição da boa escola de jornalismo (que em tese todo jornalista aprende na Universidade), ou seja, ética, imparcialidade, espaço ao contraditório, separação entre cobertura factual e opinião, etc.

6. Por que não houve reportagem sobre os recentes casos de violação de sigilo de dados fiscais, que tiveram repercussão nacional, e ocorreram em Mauá, região com cobertura jornalística da TVT? (com exceção da notícia do arquivamento do pedido do PSDB no TSE, não houve menção).

R: O “Seu Jornal” da TVT não pretende ser um jornal convencional que concorra com os telejornais das emissoras comerciais, muito menos que concorra com o “Repórter Brasil”, telejornal da TV Brasil que entra no ar 1h30 após o “Seu Jornal”. Sua pauta é outra, apesar de eventualmente trazermos notícias quentes de última hora como a que você citou que saiu durante o jornal, que é ao vivo. Ademais, não acreditamos que o que eventualmente saia em destaque na “grande imprensa” comercial seja necessariamente relevante ao público. Acreditamos que os meios de comunicação (inclusive os nossos) são meros agenciadores e divulgadores de notícias. Jornal não gera notícia, quem a gera é a sociedade. Não nos pautamos, em efeito manada, pela imprensa convencional, que pretensamente se acha geradora de notícias.

7.  A TV já vendeu algum comercial? Tem informações sobre audiência (inclusive internet)?

É uma TV educativa, portanto, sem fins lucrativos e, portanto de novo, não pode veicular comerciais. Pode ter apenas apoio cultural. Ainda não negociamos nenhum apoio cultural. Ainda não temos pesquisas de audiência de Broadcasting. Na internet tivemos nesta 1ª semana, uma média de 1.200 acessos de IPs únicos diários.