A estratégia da chinesa GWM para fazer do Brasil um grande consumidor de carros eletrificados

Instalada no Brasil recentemente, a Great Wall Motors (GWM) adotou estratégia diferente de entrada no País. Ao contrário das demais marcas, que iniciaram operações como importadoras para testar o mercado e depois instalar unidades produtivas, o grupo chinês primeiro quis garantir sua fábrica, com a compra das instalações da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP), em 2021.

Pouco depois o grupo iniciou as reformas necessárias e, só agora, mais de um ano depois, inicia a importação do primeiro automóvel da marca, o híbrido plug-in Haval H6 GT. Trata-se de um utilitário esportivo (SUV), híbrido plug-in (é carregado na tomada), com equipamentos inéditos no mercado brasileiro para essa categoria de veículo. A produção local, não necessariamente desse modelo, só terá início no primeiro semestre do próximo ano. Será a primeira fábrica no País a produzir somente veículos eletrificados.

 Com essa fórmula, o maior grupo automotivo privado da China pretende mostrar que “realmente quer fincar raízes no Brasil”, e ganhar a confiança do mercado, conforme define James Yang, CEO da GWM do Brasil e da América Latina. A GWM chegou a avaliar a compra da fábrica da Ford, no ABC paulista, após a marca encerrar operações na região, em 2019, e depois a planta da Bahia, fechada quase dois anos depois, além de outras opções não reveladas.

O grupo decidiu então que viria ao País para produzir apenas modelos eletrificados (híbridos, híbrido plug in e elétricos) e, futuramente, elétricos e a célula de combustão a hidrogênio derivado do etanol. Para essa empreitada, anunciou investimentos de R$ 10 bilhões, sendo que R$ 4 bilhões serão gastos até 2025 e o restante até 2032. A empresa também trabalha na busca dos primeiros fornecedores de componentes, na formação de uma rede com 50 concessionárias, na instalação de 100 pontos de recarga elétrica gratuita e em campanha publicitária. A filial brasileira será a maior do grupo fora da China.

Do Estadão