A filial da truculência
Empresa vira as costas para os trabalhadores e recusa qualquer possibilidade
de diálogo. Acampamento de Pica-Pau chega ao 56º dia e, ao contrário do que o
patrão esperava, a luta ganha cada vez mais fôlego.
Nesta edição, contamos a história das relações da B.Grob com o Sindicato.
Trabalhadores falam do constragimento provocado pela pressão da chefia.
Aqui não é quintal de multinacional
A B.Grob chegou no Brasil há 49 anos para aproveitar o início da
industrialização do País.
Veio atraída pelo mesmos motivos e facilidades das demais multinacionais que
se instalaram ao longo da Via Anchieta, inclusive a farta e barata
mão-de-obra.
A região mudou e as empresas mudaram. A B.Grob permanece a mesma de 50 anos,
pelo menos no que se refere à relação com os trabalhadores e Sindicato.
Os metalúrgicos do ABC conquistaram respeito da sociedade e das empresas.
Longos anos de conflitos criaram uma nova mentalidade nas relações de trabalho.
Representações no local de trabalho estão presentes e atuando em dezenas de
fábricas. Patrões e governos reconhecem e respeitam a interlocução do sindicato
com a categoria e com os trabalhadores brasileiros como manda a democracia.
Reino do atraso
Mas, com a B.Grob a situação é diferente. A fábrica é atrasada. Estimula a
concorrência entre colegas do chão de fábrica para discriminar os trabalhadores.
Nunca atendeu a uma reivindicação do Sindicato.
O critério de promoção ou ascensão profissional não é a competência, mas a
preferência dos encarregados por um ou por outro.
Chefes dão exemplos de mau comportamento ao privilegiar o assédio moral como
voz de comando.
Por falta de eficiência na sua administração mantém a mesma conduta
autoritária, como há 50 anos, com a mentalidade de achar que país
subdesenvolvido é quintal para se fazer fortuna, explorando os trabalhadores.
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