A FORMAÇÃO SINDICAL NA PANDEMIA

A partir da perspectiva de implementação de um plano de formação remoto, iniciou-se um processo de diálogo com os coordenadores das Regionais e das montadoras para se avaliar a melhor forma para o desenvolvimento das atividades nesse novo formato. Foram debatidos aspectos pedagógicos, como o conteúdo e a metodologia dos cursos, e também questões de cunho mais organizativos, como a montagem do calendário de atividades, a mobilização e a inscrição dos participantes dos cursos.

Os cursos foram voltados para três públicos: dirigentes que estão no mandato, militantes e formadores dirigentes voluntários (FF). As aulas foram programadas para duas horas de duração a cada 15 dias num período que variou de 10 a 12 encontros. Com exceção das duas turmas de militantes que tiveram apenas cinco encontros porque as turmas começaram em outubro.

Foram estruturados cinco cursos, cinco turmas e uma oficina de escuta:
2 cursos para Novos Dirigentes envolvendo 30 pessoas
2 cursos para Militantes envolvendo 60 pessoas
1 curso para Formadores Dirigentes (FF) que envolveu 8 pessoas
1 Oficina de Escuta com militantes da MBB envolvendo 25 pessoas

AVALIAÇÃO DO PROCESSO
Do ponto de vista qualitativo, a apropriação dessas ferramentas voltadas para educação remota, ainda que tenha ocorrido de forma não planejada, pode representar uma ampliação do repertório técnico e metodológico para a formação sindical que pode fortalecer a formação presencial, sem prejuízo da nossa concepção libertadora que coloca no centro da ação pedagógica a construção coletiva do conhecimento.

Mesmo no formato remoto, o Departamento de Formação manteve a sua prática de construir as ações formativas de maneira coletiva, em diálogo permanente com os coordenadores responsáveis pelas Regionais e montadoras. Esse processo, a exemplo do que ocorreu nos anos anteriores, contou com o empenho e solidariedade dos coordenadores na mobilização do público e na realização das atividades.

Da mesma forma, para os dirigentes e militantes que participaram dos cursos, o uso dessas tecnologias pode servir tanto para consolidar processos formativos presenciais, como pode ser uma ferramenta a mais para a ação sindical, a depender das circunstâncias, tornando-a mais ágil e flexível no enfrentamento dos desafios do cotidiano dos dirigentes e militantes.

CONTEÚDO DOS CURSOS
CURSO PARA NOVOS DIRIGENTES (1º mandato)
O que é ser dirigente? Valores e compromissos do dirigente;
Criação dos CSEs e atribuições dos dirigentes no local de trabalho (estatuto);
A origem dos sindicatos. Papel dos sindicatos para evolução da sociedade;
A origem dos sindicatos no Brasil;
A fundação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC;
Surgimento do “novo sindicalismo”;
A teoria e a prática do neoliberalismo no Brasil;
O 9º Congresso do SMABC e os desafios atuais da organização sindical;
O cenário pós-pandemia: desafios atuais e ações prioritárias.

CURSO PARA FORMADORES DIRIGENTES (FF)
Primeiro encontro: retomada das atividades;
Apresentação e debate sobre o plano de formação. O ensino a distância como ferramenta de formação: limites e possibilidades; planejamento dos encontros;
A configuração das relações de trabalho com a reforma Trabalhista e a pandemia;
Desafios sindicais, novas formas de luta e a construção de um modelo sindical que supere o corporativismo;
As Revoluções Industriais e a Indústria 4.0: continuidades e rupturas; A democracia como conquista dos trabalhadores: uma história de dois séculos de lutas;
Autoritarismo e democracia na história na formação e na trajetória do Estado Brasileiro;
O racismo estrutural e o papel da luta antirracial na consolidação da democracia no Brasil;
Crise econômica e consequências políticas: o caso da grande depressão de 1929;
Desafios da pós-pandemia: civilização ou barbárie.

CURSO PARA MILITANTES
Eixo estruturante: “Ser militante – ontem e hoje”
Encontro 1 – Apresentação, expectativas e apresentação da proposta de curso. “Ser Militante – ontem e hoje”;
Encontro 2 – Mudanças no mundo do trabalho. As formas de produzir e trabalhar mudam sempre, as formas de organizar e resistir também;
Encontro 3 – Violência e cooptação – diferentes formas de controle;
Encontro 4 – Acordos Coletivos como demarcação política e empoderamento da classe;
Encontro 5 – A militância e o futuro do sindicalismo;