A inflação e a campanha salarial

Na semana passada,
escrevemos neste espaço
sobre os fatores que explicam
a elevação de preços
de alguns alimentos que
compõem a cesta básica,
iniciando a discussão da
volta da inflação.

Mostramos também
que, apesar desta alta, os
outros indicadores do custo
de vida não tiveram um
aumento significativo e de
que o Brasil está longe de
ter uma inflação como a
que teve no passado.

Apesar disso, o diagnóstico
expresso nas atas do
Copom (Comitê de Política
Monetária) procura mostrar
o risco que os aumentos
de salários possam disseminar
a inflação e transmiti-la para o futuro.

Tal preocupação parece
infundada diante do diagnóstico
sobre a causa básica
da aceleração inflacionária
recente. Além do
mais, o salário médio na
indústria vem crescendo
abaixo da produtividade.

Nada indica que eles
estejam exercendo pressão
inflacionária ou mesmo alterando,
a seu favor, a participação
relativa na renda
nacional. Portanto, não
é aceitável elegerem os salários
e os empregos para
pagar a conta de uma “inflação
importada”.

Do ponto de vista dos
trabalhadores e do movimento
sindical, a solução
para o problema deve
passar por políticas
que estimulem a oferta de
alimentos.

No conjunto da população
brasileira, é preciso
que a economia se
desenvolva e que o objetivo
prioritário da política
econômica se volte
para o chamado desenvolvimento
sustentável,
ou seja, crescer com geração
de empregos e promoção
de distribuição de
renda, além de inclusão
social e preservação ambiental.

O desempenho econômico
previsto para 2008
aponta para a continuidade
dos bons resultados
das empresas em termos
de vendas e lucros. Os
indicadores do primeiro
semestre foram bastante
favoráveis e, mesmo na
hipótese de uma ligeira
retração no segundo semestre,
devem confirmar
um ano de excelentes resultados
para a atividade
produtiva.

Em conjunturas como
essa há margem não
só para a preservação do
poder de compra dos salários,
bem como para a
conquista de aumentos
reais.

Subseção Dieese do Sindicato