A jornada da vida

O assunto redução da jornada de trabalho, de forma cíclica, volta aos meios de comunicação, seja por um estudo acadêmico publicado, por uma opinião especializada ou pela necessidade do movimento sindical em criar empregos, trabalho e renda.

Na contramão, o sistema de produção, como sempre fez, defende o aumento da jornada e muita flexibilização, tanto na contratação como na utilização das horas ao longo do tempo. O argumento é ganhar produtividade e competitividade o que, segundo eles, é a única forma de sobrevivência numa economia de mercado.

Vida melhor, mais tempo para a família, para o lazer, para a educação, o esporte e a cultura não são considerados nessa discussão. Tempo para o ócio, nem pensar. Contrariamente ao que muitos, sem saber, acreditam, o ócio não significa perda de tempo ou simplesmente fazer nada. O ócio é a oportunidade de pensar os nossos problemas, escolher nossos caminhos, resolver nossos desafios, fazer coisas para nós mesmos, melhorar o nosso dia a dia.

Frequentemente, encontramos os pseudo-intelectuais a serviço do sistema propondo o gerenciamento do nosso tempo. Para esses, o símbolo da modernidade anti-estresse é dedicar 15 minutos do nosso dia para pensar e planejar nossas vidas, claro, enquanto fazemos aquela caminhadinha básica para manter a forma física.

Besteira pura

O que está em jogo é decidir o que é mais importante.

Uma jornada de trabalho em função de uma vida mais feliz e saudável das pessoas?

Ou uma jornada em função do lucro e da produtividade de um sistema capitalista, insustentável e auto destrutível de produção?

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente