A luta das mulheres é necessária, permanente e cotidiana
No mês de março celebra-se a luta internacional das mulheres por condições de igualdade no mundo do trabalho. Em 2021, há muitos outros aspectos para observar, lutar e defender.
Há exatamente um ano a pandemia do coronavírus alterou as dinâmicas de vida e trabalho da população brasileira, a partir das medidas de distanciamento social, evidenciando ainda mais a desigualdade revelada no cenário feminino.
As mulheres foram afetadas de diversas maneiras, com a perda do emprego e do rendimento, com o aumento das atividades não remuneradas, como as tarefas do lar e com os filhos, com o trabalho em home office, na maioria das vezes de forma intensificada, mas também por sofrer com o aumento da violência doméstica, sem que houvesse uma política digna de Estado que as protegessem nessas questões.
No Brasil, do conjunto de pessoas ocupadas em 2020, um total de 57% eram homens e 43%, mulheres, ainda que elas totalizem a maior parcela da população do país. Dos desocupados, as mulheres são 49%, uma clara contradição social. E aqui não estamos exemplificando as desigualdades que se observa ao comparar as condições de brancos e não brancos no mercado de trabalho, pois ela é ainda mais extrema.
Na base dos Metalúrgicos do ABC, as mulheres viram fechar 3% de seus postos de trabalho durante a pandemia e, nas poucas contratações que se verificou durante o ano, a maioria se concentrou em ocupações voltadas à produção e serviços administrativos, ou seja, aquelas que não demandam elevado conhecimento tecnológico ou que pagam melhores remunerações.
Diante desse cenário, é preciso refletir que a luta que se travou até o momento para que as mulheres se posicionem, em relação ao homem, em igual grau de condições no mercado de trabalho, precisa se acentuar imediatamente, para que não tenhamos que contabilizar retrocessos na história.
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