“A luta é para garantir os direitos dos trabalhadores”
Dirigente critica empresas irresponsáveis e reforça a importância da luta e da unidade na defesa dos direitos. Na Movent, trabalhadores iniciaram processo de resistência nesta semana
Na defesa dos direitos dos trabalhadores, a luta, a unidade e a resistência são fundamentais, ainda mais quando há irresponsabilidade e desrespeito por parte das empresas. Os metalúrgicos e metalúrgicas do ABC já sofreram e tiveram que seguir firmes na luta em diversas situações. Esta semana, 21, foi aprovada a entrega do aviso de greve ao Grupo Movent, em Diadema, contra demissões em massa, práticas ilícitas e antissindicais. Nova assembleia está marcada para encaminhamentos e será realizada amanhã.
O coordenador da Regional Diadema, Antonio Claudiano da Silva, o Da Lua, criticou esse tipo de atuação. “Volta e meia aparecem pessoas que se dizem empresários, que representam fundos de investimento, que compram fábricas com promessas de ampliação e de geração de empregos, mas só chegam para dilapidar o patrimônio da empresa, tirar direitos dos trabalhadores conquistados a duras penas e, de uma hora para outra, desaparecem e deixam os trabalhadores em uma situação de abandono total”.
“O Sindicato, juntamente com os trabalhadores, sempre teve essa postura de resistência, de lutar ao máximo, dialogando junto aos poderes públicos e justiça, para evitar essas questões, sempre atentos a essas pessoas mal-intencionadas. Na Movent, a luta e insistência são para, primeiramente, garantir os direitos dos trabalhadores, mas também ainda acreditando que é possível os donos desse fundo, que dizem ser norte-americano e português, apareça e diga o que vai ser da fábrica. Desde que adquiriu a Dana, em 2018, começou a má gestão, com atrasos de pagamento ou inadimplência junto a fornecedores, prestadores de serviços e trabalhadores, quanto a estes a envolver benefícios e salários, em uma condição inaceitável”.
Demissões em massa
Desde sexta-feira, 17, foram cerca de 190 demissões por telegramas de trabalhadores e trabalhadoras na Movent, Movent Forjados e MVT. Entre elas pessoas com estabilidade no emprego, como trabalhadoras grávidas, companheiros com câncer, reintegrados pela justiça, vítimas de acidente de trabalho com redução da capacidade laboral, afastados pelo INSS, representantes sindicais e cipeiros.
O CSE na Movent, Ananias Batista Alves Junior, o Juninho, contou que a situação vem piorando desde 2018, com a aquisição da Dana pela Movent, e se agravando nos últimos meses, com a falta de matéria-prima para produção.
“Estamos com FGTS e INSS atrasados, esta semana cortaram o refeitório e não teve almoço por falta de pagamento, o convênio médico foi suspenso e o fretado também. O pessoal da limpeza e da portaria não está sendo pago. O lixo não está sendo recolhido. A má administração é tanta que eles não conseguem fazer o básico, fica uma situação de verdadeiro caos”, contou.
“Estão conseguindo arruinar com uma empresa de potencial, com bom produto e que tinha nome conceituado no mercado. A empresa precisa ser transparente e arcar com os direitos dos trabalhadores, não tratar quem produz a riqueza dessa forma”.