A mulher no mercado de trabalho

No último dia 15, ocorreu um importante evento na categoria: o Encontro das Mulheres Metalúr-gicas do ABC. Nele foram debatidos diversos temas relacionados à mulher, dentre os quais sua inserção no mercado de trabalho. Não se trata apenas da necessidade que as mulheres têm de complementar a renda familiar, em razão das sucessivas crises econômicas e dos altos índices de desemprego. Trata-se de uma mudança social de grandes proporções, envolvendo transformações na expectativa de vida pessoal e profissional. Segundo dados do Boletim DIEESE de março de 2000, as mulheres correspondiam, em 1981, a cerca de 31% da População Economicamente Ativa, passando para 41% em 1998 (cerca de 31 milhões).

Entretanto, a maior parcela dos trabalhos não remunerados é realizada pelas mulheres. Igualmente é este o sexo que apresenta as maiores taxas de desemprego. De modo geral, as mulheres que estão inseridas no mercado de trabalho recebem, em média, rendimentos mensais inferiores a 70% dos homens, embora, atualmente, 25% do total das mulheres encabecem o rendimento do lar.

A maioria é assalariada, porém cerca de 17% tem no emprego doméstico seu sustento, enquanto que entre os homens este percentual é de apenas 0,8%. Nota-se que a proporção de mulheres sem carteira assinada e sem benefícios sociais, é aproximadamente 15% superior a dos homens nesta mesma situação.

É necessário que não se veja mais a mulher como um ser invisível na sociedade. É preciso trazer a vida doméstica, e questões como o espaço no trabalho e nas instituições políticas, os sistemas de saúde, a maternidade, a infância, a velhice, a violência, entre outros temas para discussão da categoria.

Subseção Dieese