A nova tevê que você vai ver
O governo definirá nos próximos dias o padrão de tevê digital que o Brasil vai adotar. Veja o que mudará na sua televisão.
Anúncio deve sair em breve
O governo pode anunciar nos próximos dias o padrão de tevê digital que o Brasil vai adotar para substituir a atual transmissão analógica.
A tevê digital proporciona a chamada interatividade, que vai desde mandar mensagens a outros espectadores e comprar produtos até solicitar serviços por controle remoto.
Ainda mais importante, a tevê digital pode por fim ao monopólio da mídia televisiva. Isto acontece porque seu sistema de funcionamento permite a criação de novas emissoras no espaço em que hoje cabe uma só e permite a criação de canais comunitários, de sindicatos, de movimentos populares e outros que seriam recebidos por aparelhos comuns de tevê.
A mudança aprofundaria a inclusão digital no Brasil, um País em que 96% da população vê televisão mas 78% dos domicílios não possuem computador.
Estão na disputa os modelos de tevê digital japonês, americano e europeu, mas representantes do Japão teriam apresentado propostas mais vantajosas.
Japoneses saem na frente
Do ponto de vista técnico, o padrão japonês se encaixa nos critérios que o governo havia definido: possibilidade de transmissão em alta definição, mobilidade (pode ser transmitido para uma tevê instalada em um ônibus em movimento, por exemplo) e portabilidade (a imagem pode ser captada por aparelhos menores, como celulares).
Ao contrário dos concorrentes, os japoneses teriam acenado também com investimentos. Hoje, as empresas que produzem tevê no Brasil são praticamente montadoras e a maioria dos componentes de alta tecnologia é importada. Os japoneses teriam oferecido fabricar parte desses componentes aqui.
Para isso, o Japão investiria no País cerca de R$ 2 bilhões para fazer peças e tevês necessárias aos aparelhos digitais além de transferir tecnologia para seu funcionamento. O padrão japonês permitiria ainda mais tempo para a adaptação à era digital dos aparelhos que todos nós temos em casa, que são de sinal analógico. Os sistemas americano e o europeu prevêem uma transição mais curta, que resultaria em maior custo ao consumidor.
O segundo colocado nos critérios de avaliação seria o europeu, que não teria proposto as mesmas vantagens dos japoneses. Os americanos seriam os últimos porque se recusaram a fazer transferência de tecnologia e a instalar fábricas no Brasil.
O que vai acontecer com a mudança
Terei de jogar fora meu aparelho de tevê?
Não. A substituição completa de aparelhos analógicos por digitais deve levar uns 15 anos.
Redes de tevê receberão um canal para continuar transmitindo a programação analógica.
Um decodificador, com preço entre R$150 e R$ 600 permite receber a imagem digital.
Como é
Tecnologia analógica. A emissora transmite da torre para os aparelhos as ondas de tevê.
Como fica
Tecnologia digital. Sinal continua pelo ar mas na forma de bits, como em computadores.
O que oferece
Capacidade de funcionar como um computador, com acesso a internete e e-mail.
Melhor qualidade de imagem e som.
Divisão de um canal existente em vários canais diferentes, permitindo a criação de canais comunitários, de sindicatos e de outros movimentos sociais.