A participação fortalece nossa ação

Nesta entrevista, o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, reafirma que a participação nas eleições no Sindicato em 31/05 e 01/06 amplia a representação dos novos dirigentes. O voto de todos respalda a luta da entidade e da categoria por uma vida melhor.


Qual a importância do voto do metalúrgico?
O Sindicato tem como filosofia o respaldo de sua base. Quando os trabalhadores vão às urnas conferem ao Sindicato e à direção uma representatividade que é útil na mesa de negociações. As empresas prestam atenção como o trabalhador vai à urna, se vai de forma maciça, respaldando a política da entidade, se vai timidamente ou não comparece.

Se o apoio da categoria é maciço, os empresários sabem que nós não blefamos, que nós não falamos em vão, que nós temos uma categoria organizada. Isso faz com que eles respeitem mais os próprios trabalhadores. Se a categoria não vai às urnas ou vai de forma tímida, os empresários acham que é um sintoma de fraqueza da entidade sindical.

É importantíssimo que os trabalhadores confiram pelo voto uma grande representatividade à direção a ser eleita.

Por que eleição em dois turnos?
No primeiro turno elegemos os representantes dos trabalhadores nas fábricas, aqueles que serão o Sindicato no local de trabalho para o metalúrgico ter à mão, sempre que necessário, um organismo para a defesa dos seus interesses. O segundo turno significa a eleição da executiva do Sindicato, do Conselho de Direção e do Conselho Fiscal. Qualquer um pode concorrer a eleição  desde que apresente chapas no primeiro turno e receba votos suficientes.

Nosso princípio é que a direção desta entidade tenha representatividade comprovada, passe pelo teste das urnas na fábrica. Se não passar, como pode querer dirigir uma categoria inteira? Isso força os dirigentes a manterem um estreito vínculo com a base e nunca se descolar dos interesses da categoria. Esse modelo foi decidido em um congresso da categoria.

Como você vê a organização da categoria dentro do espírito da reforma sindical?
Hoje temos uma grande dificuldade na medida em que avançamos em conquistas que o restante do Brasil tem dificuldade em reproduzir. Isso faz com que as empresas constantemente tentem nos ameaçar sempre que temos uma reivindicação importante ou até para tentar diminuir nossos direitos.

Se nós não conseguirmos fazer com que o Brasil tenha a organização sindical que construímos aqui, as dificuldades tendem a aumentar porque aprofundará a distância entre nós e os demais. Então, a reforma sindical tem o destino de expandir o novo padrão de organização dos trabalhadores para que os sindicatos reproduzam e avancem nas conquistas que nós já obtivemos.

Quais prioridades para melhorar a organização sindical e que ações estão programadas?
Aprofundar o modelo de organização de base que hoje cobre quase 90% da categoria, mas queremos cobrir 100% de nossa base. Com relação ao Brasil, temos a luta pela reforma sindical para que este padrão se torne modelo, produzir lutas nacionais que se transformem em acordos nacionais positivos, a luta pela redução nacional da jornada de trabalho, participar da luta da CUT pela valorização do salário-mínimo e dar continuidade ao processo de correção da tabela do Imposto de Renda que iniciamos no ano passado.

Temos desafios particulares, de algumas fábricas, como renovar o acordo de estabilidade na Volkswagen, conseguir que a fábrica contrate, concluir a negociação de um novo produto na Ford, o desafio de fechar as negociações da PLR na categoria inteira e logo em seguida entramos na campanha salarial.

Como será a campanha salarial este ano?
Ainda vivemos um período em que a produção está indo bem na categoria. Por este quadro, tudo indica que poderemos fazer uma boa campanha. Temos que ficar atentos com possíveis reflexos da elevada taxa de juros sobre a economia. E um dos desafios que nós temos, em conjunto com a CUT, é forçar uma queda na taxa de juros para que o País continue crescendo, o que nos daria tranquilidade para apostar num processo de recuperação da renda não só dos metalúrgicos do ABC mas de tod