A pesquisa da hora extra

Em junho, o Sindicato, por meio do Dieese, realizou uma pesquisa para captar a “percepção” dos metalúrgicos do ABC sobre hora extra e redução da jornada.

Do total de questionários distribuídos, voltaram e foram tabulados 3.867, o que constitui uma boa amostra sobre o pensamento da categoria.

As principais conclusões da pesquisa são:

1- O volume de horas extras é maior em alguns setores, especialmente nas autopeças e nas indústrias de máquinas. Nas autopeças, 36,2% dos entrevistados disseram que o volume de horas-extras “é alto e tem aumentado” ou “é alto mas não tem aumentado”.

2- Um total de 61,6% dos pesquisados faz horas extras, ainda que parte significativa (53,1%) se refira apenas a horas extras eventuais (“às vezes”). Estes números confirmam a tese de que uma das formas de se gerar empregos é através da regulação e controle das horas extras.

3- Neste sentido, a pesquisa revela a existência de sensibilidade por parte da categoria, para que as horas extras sejam de alguma forma controladas. As opiniões se dividem entre os que propõem a proibição de horas extras (40,3%), o aumento do adicional de hora extra (30,3%) e fixação de limite para as horas extras.

4- Os números mostram também que a grande maioria dos trabalhadores pesquisados vê, como principal reflexo negativo das horas extras, os problemas familiares (41,2%) e os de saúde (40,1%).

>> Redução de Jornada
A pesquisa também apurou a opinião dos trabalhadores da categoria sobre o tema da redução da jornada. São as seguintes as principais conclusões:

5- A grande maioria dos respondentes disse que utilizaria o tempo livre resultante da redução da jornada para ficar com a família (49%) e outros falam de utilizá-lo para o lazer e estudo.

6- Sobre o impacto da redução da jornada, a grande maioria (76%) disse que haveria geração de novos empregos, mas uma parte dos respondentes (12,7%) chama também a atenção para o provável aumento do ritmo de trabalho.

7- A maioria dos pesquisados (59,5%) optou pela adoção de jornada diária menor, em caso de redução da jornada semanal. A segunda opção seria não trabalhar no último dia da semana (31,9%).

Subseção Dieese