“A política é o caminho para as transformações do País”, afirmou Rafael

O presidente do Sindicato, Rafael Marques, defendeu a participação cada vez maior dos trabalhadores na política para que a reforma política seja viabilizada. Rafael mostrou preocupação com o afastamento de trabalhadores da política pela maneira que os casos de corrupção são divulgados.

“Um dos grandes males da forma com que a corrupção vem sendo tratada pela grande imprensa é o distanciamento do trabalhador da política. É preciso investigar seriamente sem negar a política. A política é o caminho para as transformações do País”, afirmou.

Para Rafael, os mecanismos de combate à corrupção e a autonomia da Polícia Federal e do Ministério Público para realizar investigações devem ser fortalecidos. Um exemplo é a Operação Lava Jato na Petrobras, com a prisão de envolvidos de grandes empreiteiras e executivos, que foi possível pela Lei Anticorrupção sancionada pela presidenta Dilma Rousseff.

“A pesquisa Datafolha de domingo mostra que a população brasileira reconhece e enxerga no governo Dilma as maiores ações de combate à corrupção”, disse Rafael. Para 40% dos entrevistados, o governo Dilma foi o que mais puniu corruptos.

Outro exemplo são os desdobramentos do caso do cartel de trens de São Paulo que vieram à tona recentemente. O Ministério Público ingressou na semana passada com ação civil pública contra11 empresas para restituir R$ 418 milhões aos cofres públicos de contratos firmados de 2002 a 2007 com a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Com correção e juros, o valor pode chegar a R$ 800 milhões.

“É um desastre quando as pessoas se afastam da política devido a envolvidos em corrupção. A atitude correta é justamente o contrário. É participar mais e cobrar mudanças no sistema com a reforma política”, defendeu Rafael.

A reforma política tem o objetivo de melhorar o sistema político brasileiro. Permitirá a ampliação do controle social sobre as instituições, com mais transparência ao processo eleitoral e o fortalecimento da democracia. O financiamento público das campanhas eleitorais é um dos principais itens desta reforma.

 “Estão sendo criadas as condições para acabar com a impunidade no Brasil. É preciso tirar a força do poder econômico das campanhas e transformar em poder de convencimento das melhores propostas”, disse Rafael.

“Nunca o regime democrático atingiu tanto apoio da população, com 66% que acreditam que a democracia é sempre melhor do que qualquer forma de governo na pesquisa Datafolha. Nós que lutamos contra a ditadura repudiamos essa fração da população que defende a volta da intervenção militar”, completou.

No discurso da vitória da reeleição, a presidenta Dilma Rousseff ressaltou que a reforma política será a primeira das reformas. “Quero discutir esse tema profundamente com o novo Congresso Nacional e com toda a população brasileira, e tenho convicção de que haverá interesse dos setores do Congresso, dos setores da sociedade, de todas as forças ativas na nossa sociedade para abrir uma discussão e encaminhar as medidas concretas”, disse.

A proposta do novo Código Penal deverá ser votada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado na próxima semana. A proposta transforma o caixa 2 em crime e endurece as punições para quem comete desvios, como o enriquecimento ilícito do servidor público.

Da Redação