A precarização que grita

Com euforia exagerada, na semana passada o governo e parte da mídia divulgaram a taxa de desemprego no Brasil, que ficou em 9,3% no trimestre encerrado em junho. Apesar da queda, ainda há cerca de 10,1 milhões de desempregados no país.

Foto: Divulgação

Mesmo que as taxas de desemprego venham apresentando redução, o que temos assistido é um forte quadro de estagnação da economia e ampliação da pobreza, com mais de 33 milhões de brasileiros passando fome.

A realidade mostra uma diminuição persistente da renda média dos salários, corroídos pela inflação que já chega próxima de 12% ao ano. Em termos reais, o salário médio de R$ 2.652, apurado na mesma pesquisa, é um dos mais baixos da série histórica.

Vale ressaltar que a redução da taxa de desemprego é puxada pela disparada da precarização das formas de trabalho, enquadradas no mercado informal, onde temos 39,3 milhões de pessoas envolvidas, outro recorde da série histórica iniciada em 2015.

Entregadores que passam mais de 12 horas por dia nas suas motos e bicicletas, sob condições de trabalho precárias e com valor de entrega cada vez menor, é um exemplo do perfil de trabalho que esse país vem oferecendo.

Retomar o crescimento econômico e o enfrentamento da pobreza significa também a geração de empregos de maior qualidade. É uma questão urgente, que depende de um projeto nacional de desenvolvimento. O momento é agora.

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