A prova de fogo no Concut

O papel da CUT frente ao governo Lula e frente às reformas são os dois principais pontos em debate hoje, segundo dia do 8º Congresso da CUT.

A quinta maior central sindical do mundo, que completa vinte 20 anos em agosto com 3.352 sindicatos filiados, encara um desafio diferente. Como se relacionar com um governo que ela ajudou a eleger, no qual diversos ex-sindicalistas cutistas ocupam cargos e cujo mandatário é um ex-operário fundador da Central.

João Felício, atual presidente da CUT, reafirmou a independência e a autonomia da central em todos os momentos em que se posicionou no Congresso. “O PT nunca determinou a trajetória da CUT. Um exemplo é que nós estaremos em Brasília no dia 11, em uma manifestação dos funcionários públicos por alterações na reforma da Previdência”, disse.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, seguiu a mesma linha. “Teremos tranquilidade de apoiar as medidas do governo que forem do interesse dos trabalhadores, assim como mobilizar e fazer greves se for preciso para forçar o governo a mudar de posição quando adotar medidas que nós acharmos prejudiciais aos trabalhadores”.

Oposição – Correntes dentro da Central, como a Liga Bolchevique Internacionalista e o PSTU, não aceitam o debate e querem a retirada do projeto de reforma da Previdência. Ontem, seus delegados ensaiaram uma vaia ao presidente Lula, que participou da abertura dos trabalhos do Congresso. (veja mais na página 3)

Como foi apresentada, a reforma da Previdência também é rejeitada pela CUT. A Central não concorda com a taxação dos inativos como está, considera o teto baixo e o limite de idade alto, porém quer apresentar suas propostas ao governo e negociar.

Plano de lutas – Durante a tarde de ontem os delegados ao Concut fizeram a análise da conjuntura nacional e internacional e um balanço da última gestão.

Amanhã serão debatidas as reformas tributária, previdenciária, agrária, sindical e trabalhista para definir o plano de lutas da CUT nos próximos anos.