A quem interessa a banalização da política e o esvaziamento da democracia?
Desde que começou o calendário eleitoral, os debates ocorridos entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, têm se convertido num verdadeiro circo de horror. Tal fato deve preocupar a todos os eleitores que valorizam a política como instrumento de construção de cidadania e de transformação social. O espetáculo de ofensas e agressões verbais proferidas por alguns candidatos atingiu um patamar de desserviço à democracia jamais imaginado, como pudemos constatar no debate promovido pela TV Cultura no último domingo.
A quem interessa desmoralizar a política e esvaziar a democracia? Pesquisa realizada em 2022 pela Unicamp mostrou que os eleitores estão associando menos a conquista de direitos sociais e direito ao voto com a democracia. A pesquisa aponta também para concepções de democracia relacionadas ao individualismo: “democracia é fazer o que bem entendo”; “é fazer o que eu quero”; “ter direito a armas”, por exemplo. Segundo os pesquisadores, essas concepções ganharam mais adesão durante o governo Bolsonaro.
Tornar o debate eleitoral um espetáculo de mau gosto, distante dos interesses e das condições de vida da população, só interessa aos ricos e poderosos que não querem que a democracia seja um instrumento de transformação social em benefício do povo. A vitória nas eleições da maior cidade do país terá um peso muito grande nas eleições presidenciais de 2026. Quando tentam desacreditar a democracia, transformando-a numa caricatura de programa de auditório de mau gosto, querem deixar o caminho livre para transformar o Estado num instrumento a serviço do capital financeiro, do agronegócio e de outros interesses econômicos que veem na soberania popular um obstáculo à realização dos seus objetivos.
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