A redução do IPI
Não se pode negar que um dos assuntos mais debatidos e comentados pelos brasileiros neste ano tenha sido a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Determinada pelo governo federal no final de 2008 com o objetivo de amenizar os efeitos da crise global e como forma de estimular as vendas, a redução do IPI proporcionou a milhares de brasileiros a chance de comprar um automóvel mais barato e realizar finalmente o sonho do carro zero. A redução tornou rotina de final de semana os grandes feirões das montadoras anunciando carros mais baratos.
Inicialmente, o governo federal pretendia manter o benefício até o fim de junho, mas depois decidiu estendê-lo até setembro. Isto fez com que o mercado vivesse dois momentos de antecipação de compras de carros zero quilômetro: a primeira em junho e a outra em setembro.
Como grande parte dos consumidores quis aproveitar o último mês do incentivo fiscal, as vendas do mês de setembro alcançaram um recorde histórico. Foram comercializadas 296.651 unidades, quantidade 19,8% superior ao mês de setembro do ano passado.
A partir deste mês, o IPI volta a ser cobrado de forma progressiva. A alíquota para carros 1.0 será de 1,5% em outubro, 3% em novembro, 5% em dezembro e em janeiro a alíquota retorna para 7%. Para caminhões, a redução do IPI continua até o mês de dezembro e em janeiro volta ao patamar de 5%.
Segundo estudo realizado do IPEA, a redução do IPI teve o efeito esperado sobre a economia brasileira ao contribuir para a manutenção de 50 a 60 mil empregos diretos e indiretos no setor automobilístico no primeiro semestre. Observando o cenário atual do mercado, pode-se dizer que a redução do IPI cumpriu seu papel de salvaguarda. Voltando em janeiro à sua totalidade, ele dará condições ao governo federal de agir da mesma maneira com outros setores que estão passando por dificuldades, além, é claro, de cumprir com a função para o qual este imposto foi destinado.
Subseção Dieese