A reeleição de Bush e o Brasil
As eleições nos EUA são tão importantes que nós, não norte-americanos, deveríamos ter direito ao voto também.
O PIB americano é de US$ 9 trilhões, quase 18 vezes maior que o brasileiro. Sua economia é a grande locomotiva mundial. Basta notar que sua população compõe 5% do planeta, mas absorve 27% de todo o petróleo mundial. E compra de tudo do resto do mundo: alimentos, roupas, calçados, aço, automóveis, máquinas e tantos outros produtos, inclusive brasileiros.
Em 2003, o Brasil exportou cerca de US$ 16,2 bilhões para lá, e importou US$ 9,8 bilhões. O superávit foi de US$ 6,4 bilhões.
Discretamente, integrantes do governo Lula sugeriram que o melhor seria que as coisas não mudassem. Acreditam que a continuidade do governo Bush é favorável ao incremento das exportações brasileiras e a manutenção do formato como estão sendo conduzidas as negociações para a constituição da Alca.
Argumentam que o Partido Republicano, menos atrelado à defesa do emprego, seria mais favorável ao livre comércio.
No entanto, nunca é demais lembrar que o governo Bush sobretaxou em até 30% o aço importado de países como o Brasil e aprovou no Congresso o Farm Act, um pacote de incentivos para a agricultura americana de US$ 180 bilhões para os próximos 10 anos.
Paz
De resto, é preciso ir além da avaliação meramente econômica. Havia muito em jogo na eleição americana. Desde questões como o posicionamento perante o aborto e a homossexualidade, até grandes temas como a guerra.
Nada garante que com Kerry as coisas fossem muito diferentes. Mas, nos dias de hoje, sua eleição ao menos representava uma esperança de dias diferentes e menos truculentos nas relações internacionais.
Subseções Diesse CUT Nacional e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC