A relação entre homens e mulheres

Apesar das lutas históricas de mulheres pela construção de uma relação igualitária na vida em sociedade, se perguntamos hoje a algumas pessoas, sobre os papéis sociais dos homens e das mulheres, possivelmente teremos quem descreva as mulheres como sendo sensíveis, carinhosas, delicadas, emocionais, com destreza para trabalhos que exigem coordenação motora fina e suas principais responsabilidades relacionadas às atividades privadas, como o cuidado da casa e dos filhos. Já os homens, de maneira geral, seriam descritos como racionais, insensíveis, com capacidade para atividades que exigem força física, inteligência e suas responsabilidades seriam associadas à atividades públicas.

Pesquisas revelam como concretamente a desigualdade entre os sexos se mantém no mundo do trabalho. Apesar dos avanços, temos aspectos culturais e da subjetividade que também merecem atenção.

Quando, por exemplo, entendemos que as mulheres nasceram para cuidar (das crianças, dos velhos, da casa), estamos, num certo sentido, socialmente dizendo: as mulheres nascem com este dom, elas não precisam aprender, portanto podem exercer funções relacionadas a ele, como educadoras, enfermeiras e, uma vez que já traz parte deste aprendizado consigo, ele não precisa ser valorizado (ao menos adequadamente), pois não exige nada além daquilo que ela já possui.

Omitimos com tal naturalização que este papel destinado à mulher, foi construído historicamente, assim como o papel que cabe aos homens.

Na Grécia antiga, as mulheres podiam ser condenadas à morte caso fossem vistas assistindo aos Jogos Olímpicos; no Brasil, até 1932, não podiam votar; e nos respectivos momentos históricos, a maioria das pessoas considerava estas coisas normais.

“Não nascemos mulher, nos tornamos mulher”. Ao afirmar isso, Simone de Beauvoir questiona esta determinação natural explicada pela biologia e a recoloca como uma decisão política e social de determinada sociedade em um determinado período histórico. O que nos coloca várias questões: Qual a relação entre homens e mulheres que desejamos construir? Uma sociedade menos violenta, sem subordinação da mulher, sem a covardia do homem? Gostaríamos que nossos filhos vivessem relações de maior diálogo, de maior cumplicidade? Que, se do sexo masculino, possam estar mais próximos dos filhos, assumindo papéis também antes não ousados? Relações entre homens e mulheres igualitárias?

O II Congresso da Mulher Metalúrgica lhe convida, seja homem ou mulher, a assumir este papel de sujeito na construção de novas relações.

Departamento de Formação