A resistência operária ao taylorismo-fordismo
As inovações tecnológicas e organizacionais introduzidas na fábrica pelo taylorismo-fordismo conseguiram, numa primeira fase, colocar os trabalhadores sob o controle do capital, limitando drasticamente seu espaço de autonomia.
O antigo trabalhador qualificado fora sendo substituído progressivamente pelo “operário massa”. Ele não precisava mais pensar, devia apenas executar mecanicamente tarefas prescritas, repetindo com precisão gestos e movimentos.
No entanto, nem tudo estava perdido. A grande concentração de operários no mesmo espaço fabril criou também condições para novas formas de resistência.
O que parecia ser um triunfo do capital, a fábrica verticalizada, que chegou a abrigar na unidade da Ford em River Rouge cerca de 90 mil trabalhadores, acabou sendo também sua fraqueza.
Os trabalhadores passaram a desenvolver lutas surdas contra o novo sistema de dominação que lhes foi imposto.
Diminuíam propositalmente o ritmo da produção. Escondiam dos chefes as melhorias que introduziam no processo produtivo.
Logo essa resistência assumiu novas formas. Os trabalhadores passaram a atacar os cronometristas.
Fizeram manifestações contra o trabalho desqualificado, o tempo cronometrado e o salário diferenciado.
Organizaram greves reivindicando isonomia salarial, jornada de 8 horas, aumento de salário, reconhecimento dos comitês de trabalhadores nas empresas e do sindicato.
Conseguiam, dessa maneira, desordenar os planos de produção estipulados pela gerência.
Em 1920, em Turim, na Itália, os trabalhadores tomaram a fábrica da Fiat, conseguindo mantê-la sob seu controle e em atividade por um mês.
O recado tinha sido claro: quem tem competência para administrar uma complexa unidade fabril é capaz também de governar a sociedade.
Departamento de Formação