A retomada
Quem nunca leu ou ouviu que “o mercado reagiu à proposta do governo para equilibrar as contas públicas”?
É recorrente termos manchetes e notícias desse tipo, e que aparecem no dia a dia como justificativa para que taxas de juros permaneçam muito além de um nível civilizado e voltado à retomada do crescimento econômico.
Em oposição a esse tipo de interferência do dito “mercado”, nos últimos três meses a economia vem mostrando fatos, sinais e indicadores que vão impor ao Banco Central a inadiável redução das taxas de juros.
Desde março a inflação vem desacelerando, e com o fim da política de paridade internacional nos preços dos combustíveis, deve se reduzir ainda mais nos próximos meses. Ao mesmo tempo, o governo aprovou recentemente, na Câmara dos Deputados, a proposta do Novo Arcabouço Fiscal, relevante para a estabilidade macroeconômica do país, que fechou o primeiro trimestre com crescimento de 1,9% no PIB, acima das expectativas.
Também foi lançado na semana passada o programa Desenrola Brasil, visando reduzir o endividamento das famílias, especialmente aquelas de menor nível de renda. O programa vai permitir a renegociação de dívidas de até R$ 5 mil para quem recebe até 2 salários mínimos por mês, e a medida pode beneficiar cerca de 70 milhões de brasileiros.
Derrubar o endividamento e as taxas de juros são elementos centrais na política econômica para viabilizar o destravamento da economia, incentivar investimentos produtivos e na infraestrutura. Ao reduzir a dívidas das famílias de menor renda e promover sua reinserção na economia nacional, torna possível ampliar o consumo da população, um dos vetores mais relevantes para o crescimento econômico de um país populoso como o Brasil.
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