A retomada em curso
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O ano de 2024 entra na sua reta final e, se nada extraordinário acontecer até dezembro, fechamos o ano com um conjunto de indicadores socioeconômicos que não víamos há mais de dez anos. Esse desempenho reflete uma série de fatores estruturais e conjunturais.
O intenso debate sobre a necessidade de ajustar as políticas monetárias e fiscais em relação à redução das taxas de juros, controle da inflação e à flexibilização das contas públicas, mesmo com muitas divergências, não impediram o aquecimento da atividade econômica do país, que deve fechar o ano com crescimento acima de 3%.
O bom momento da economia reflete diretamente na geração de empregos. A taxa de desemprego no Brasil fechou o último trimestre móvel, encerrado em setembro, em 6,4%, o segundo menor índice da história. Apesar de ainda termos 7 milhões de pessoas desempregadas e cerca de 40 milhões em ocupações informais, esses dados revelam uma evolução consistente para o crescimento econômico do país.
A indústria é um dos principais setores responsáveis pela recuperação do emprego. Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), observa-se um aumento na demanda por bens fabricados e na utilização da capacidade produtiva.
É um momento propício para revisar o andamento da política industrial, a Nova Indústria Brasil, e avaliar como ela tem contribuído para esses resultados. Ao mesmo tempo, é crucial que a pressão externa do mercado financeiro por um pacote de contenção de gastos públicos, envolvendo cortes de despesas, não recaia sobre os trabalhadores que sustentam o aquecimento econômico.
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