A taxa de juros nas alturas, um golpe contra a economia popular

Banco Central brasileiro mantém as taxas de juros reais mais altas do mundo

Pela sétima vez consecutiva, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu manter a Taxa Selic em 13,75% ao ano. Dessa forma, o Banco Central brasileiro mantém as taxas de juros reais mais altas do mundo.

Não há elementos no atual contexto econômico que justifiquem uma taxa de juros nesse patamar. As alegações usadas até então vem se desmoronando uma a uma: o governo aprovou o projeto do Arcabouço Fiscal que elimina o risco de descontrole das contas públicas; desde fevereiro assistimos a uma desaceleração nos índices de inflação; a queda do dólar no primeiro semestre é a maior desde 2016 e algumas das mais importantes agências de risco estão elevando as notas do Brasil.

A virada de chave para remover a última trava de uma retomada consistente e sustentada passa por uma redução imediata da Selic para patamares civilizados, que hoje estariam pelo menos 5 ou 6 pontos percentuais abaixo dos 13,75%.

A inadimplência cresceu 17% em um ano e já temos quase a metade de toda a população adulta endividada. Segundo a Serasa Experian, o endividamento das famílias soma R$ 340,6 bilhões, resultado da sangria praticada pelos bancos com total anuência do Banco Central.

Esse descolamento entre o Banco Central e a realidade econômica do país é totalmente danoso aos interesses da população. A taxa Selic atual simplesmente impede que o Brasil avance e complete seu processo de recuperação do ambiente econômico nacional, depois de quatro anos de desmonte das políticas públicas. Reduzi-la é uma necessidade óbvia e urgente, em defesa do crescimento econômico, da distribuição de renda e da geração de empregos.

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