A verdade não se intimida
Estamos perto das 440 mil mortes pela Covid-19 e os defensores do governo chamados a prestar depoimentos à CPI insistem em minimizar as mortes ocorridas. Não admitem seus erros no gerenciamento da crise na saúde, continuam a manifestar seu total desprezo pela vida, dos outros, e comportam-se como desprovidos de caráter, mentirosos e inseguros. Negam suas responsabilidades sobre os erros e as mortes de modo arrogante, como se pudessem intimidar a verdade.
Um dos momentos mais tensos dos depoimentos aconteceu quando o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten, acusado de fugir das perguntas e mentir para proteger Bolsonaro, motivou o senador Renan Calheiros a pedir sua prisão, negada pelo presidente da Comissão.
As falas de Wajngarten levaram até mesmo um dos filhos da “famiglia” Bolsonaro, Flávio, a comparecer à Comissão para chamar o senador Renan de vagabundo.
Nos depoimentos da terça-feira, 18, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo negou que o Brasil tenha tido uma relação conturbada com a China durante seu mandato. Mesmo tendo sugerido em texto que a pandemia tinha como objetivo trazer de volta o comunismo através do “comunavírus”.
A China é um dos principais produtores de remédios e insumos médicos do mundo, incluindo os utilizados em vacinas contra o coronavírus no Brasil.
Em depoimento, ontem, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse que nunca recebeu ordens diretas de Jair Bolsonaro para nada. Contradizendo o que costumeiramente dizia: “um manda o outro obedece”.
Em outubro, o então ministro anunciou a intenção de compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, produzida pelo Butantan e uma empresa chinesa. Um dia depois, Bolsonaro afirmou: “já mandei cancelar, o presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade”.
TODOS FARINHA DO MESMO SACO.
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Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente