A verdadeira escola do MST
De maneira grotesca, ridícula e covarde, a imprensa tenta demonizar a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), inaugurada pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no último dia 23. Ela é muito diferente do que tem sido publicado.
Construída em Guararema, a 60 km de São Paulo, por 1.115 companheiros do MST, a escola é resultado de quatro anos e meio de trabalho de voluntários de assentamentos e acampamentos de todo o País.
Surgiu com o propósito de fazer pensar, planejar, organizar e desenvolver a formação política, técnica e ideológica dos militantes e dirigentes do movimento.
Por ter o objetivo de capacitar jovens, mulheres e homens do meio rural para a produção, comércio e gestão dos acampamentos e assentamentos, a ENFF terá uma pedagogia e metodologia adaptada à realidade dos trabalhadores do campo.
Sobre um terreno de 30 mil metros quadrados, foram construídas instalações de tijolos de solo-cimento fabricados na própria escola. Essa técnica é agroecológica, dispensa reboco, contribui para diminuir a quantidade de ferro, aço e cimento na obra e é mais resistente e fácil de assentar.
Ao todo são três salas de aula que comportam até 200 pessoas, um auditório e dois anfiteatros. Os recursos para a construção da escola foram arrecadados através da venda do livro “Terra”, com textos de José Saramago, músicas de Chico Buarque e fotos de Sebastião Salgado, contribuições de Organizações Não Governamentais (ONGs) européias e doações internacionais e de brasileiros.
A homenagem ao sociólogo Florestan Fernandes é o reconhecimento do MST por sua trajetória de vida incansável e coerente com a luta dos trabalhadores. Crítico severo do capitalismo, ele defendeu a liberdade, a democracia e uma sociedade mais justa e fraterna.