A vida das metalúrgicas do ABC
As metalúrgicas do ABC terão suas histórias de vida contadas em livro que está em elaboração por uma das turmas do último semestre do curso de Jornalismo da Unifiam, de São Paulo.
O trabalho, que será apresentado no final do ano, pretende mostrar as condições de vida e trabalho de operárias da região explorando o lado feminino.
“Queremos mostrar como é a trabalhadora de hoje, quais seus sonhos, sentimentos e frustrações, e como ela vê o futuro”, conta Keli Rodrigues, uma das alunas.
Para ter uma visão abrangente sobre o tema foram escolhidos vários perfis de mulheres: quem é arrimo de família, quem conseguiu seu primeiro emprego, quem é chefe na fábrica, quem já se aposentou, entre outros.
Os alunos estão fazendo um acompanhamento dessas mulheres na fábrica e em suas casas, e também conversando com parentes e amigos. “Queremos boas histórias de vida”, diz Keli.
O prefácio do livro está a cargo de Ana Nice, do Comitê Sindical na Panex. Ela vai falar, entre outros assuntos, sobre sua condição de militante negra.
Outra personagem do livro é Carolina Silva dos Santos, a Carol, de 16 anos, que estuda no Senai e trabalha na usinagem do centro de reparos na Otis de São Bernardo.
“Ela está em seu primeiro emprego e é a única mulher no chão de fábrica, e essas características chamaram a nossa atenção”, conta a aluna de jornalismo.
Carol faz curso de mecânica de usinagem e gosta da profissão, tanto que já pensa em fazer curso superior na área assim que terminar o colegial.
“Na fábrica, ela tem o respeito de todos os marmanjos, que a tratam como a irmã mais nova. Do chefe, tem os elogios de ser esforçada e aplicada”, revela Keli.