A vida do trabalhador é a sua maior riqueza

Traballhadores na fábrica da Delga, em Diadema. 10.12.2018
Foto: Adonis Guerra/SMABC

O presidente Bolsonaro tem afirmado nas suas declarações à imprensa que “se os trabalhadores não voltarem ao trabalho, não morrerão por causa do coronavírus, mas morrerão de fome”, “que o remédio não pode ser pior que a doença”, e assim por diante.

Mas, como os trabalhadores podem colocar em risco a sua vida se eles dependem exclusivamente da sua força de trabalho para sobreviver? 

Como o patrão acumula a sua riqueza através do trabalho? Vários economistas se debruçaram sobre esta questão, mas foi Karl Marx (1818-1883), pensador e ativista político alemão, que acabou demonstrando como se ocorre a exploração do trabalho pelo capital, que até então se mostrava invisível.

Essa forma de exploração do trabalhador foi chamada por Marx de “mais-valia” (mais valor), que é o trabalho excedente realizado pelo trabalhador e que é apropriado pelo capitalista.

O trabalhador produz, no seu dia a dia de trabalho, um valor muito maior do que o valor correspondente ao seu salário. Marx afirma, a partir dos seus levantamentos,  que o trabalhador  produz um valor pelos menos três vezes maior do que a sua remuneração, o que significa que 1/3 fica com o trabalhador (salário) e os 2/3 restantes são apropriados pelo patrão, que subtraindo os custos fixos de produção, obtém o seu lucro.

Portanto, é a transformação da mão de obra em mercadoria, que é comprada pelo capitalista na forma de salário, que permite a ampliação do valor do capital através do excedente de trabalho não pago.

Embora o trabalhador seja livre para vender a sua força de trabalho, nós sabemos que essa “liberdade” é muito restrita, ou mesmo, inexistente. Os trabalhadores que são pressionados a voltar ao trabalho na atual crise de pandemia, estão conscientes que estão colocando sua vida em risco, mas não tem como evitá-lo.

Por isso, a posição contundente dos Metalúrgicos do ABC e do sindicalismo brasileiro em defesa da vida, no atual momento, entrará para a história como uma das ações mais importantes na trajetória de lutas da classe trabalhadora no Brasil.

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