A violência e o SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) tem toda sua política de atendimento à população baseada na saúde como um direito de todos, ou seja, universal, gratuito e com uma rede de atendimento básico, as UBS, muito próximas ou mesmo dentro das comunidades. Levar a saúde às áreas mais periféricas das populações é o ponto de partida do sistema e o que determina o sucesso ou o fracasso de todas as outras ações.

Periferia e violência

Se, por um lado, a violência e a falta de segurança nas periferias das grandes cidades têm como a principal causa a ausência do Estado, por outro lado essa mesma violência chegou a tal ponto que agora impede a presença do poder público.

Assim, ficam impedidas de funcionar por falta de segurança não apenas as UBS como também o programa de saúde da família, as escolas, os centros de inclusão digital, os centros de convivência de idosos, os programas de qualificação profissionais e até instituições ligadas à cidadania e proteção social como delegacias de polícia, cartórios e tribunais de pequenas causas.

Ações conjuntas

Nos últimos dias, o noticiário mostrou imagens de um hospital público de grande porte no Rio de Janeiro que, concluído há 2 anos, até hoje não entrou em funcionamento. Ele está corretamente localizado, numa área de periferia carente de atenção à saúde, mas por causa da violência não consegue encontrar profissionais que se disponham a trabalhar lá por dinheiro nenhum.

Isso mostra como a saúde depende de um conjunto de ações políticas do poder público que vão além do Ministério da Saúde e da disponibilidade orçamentária.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente