ABC tem a menor taxa de desemprego para julho em 13 anos

Pesquisa Dieese-Seade mostra que 152 mil pessoas estão sem emprego na região, menor número para o mês desde 1998

 

Rossana Lana / SMABC

A taxa de desemprego na região ficou em 10,8% em julho, o que equivale a 152 mil pessoas sem trabalho no ABC, segundo pesquisa mensal do Dieese e da Fundação Seade divulgada nesta quarta-feira (31).

Trata-se da menor taxa para um mês de julho desde que a pesquisa começou a ser realizada na região, em abril de 1998.

Em julho do ano passado, ano considerado como um dos melhores para a economia, a taxa era de 12,1%.

Para Alexandre Loloian, coordenador da pesquisa, esse comportamento mostra a vitalidade da economia brasileira que, mesmo sem crescer muito, resiste às pressões negativas provocadas pelas crises na Europa e nos Estados Unidos.

“Ainda não dá para dizer como essa crise pode influenciar o mercado de trabalho, mas o fato é que se o comportamento da economia brasileira se mantiver no patamar atual ou crescer modestos 3%, o País estará muito melhor que as demais nações do mundo”, afirmou o Loloian.

Desemprego continua estável na região
A taxa de desemprego no ABC não sofre variações significativas há sete meses. Em janeiro estava em 10,1% e chegou em junho passado a 10,7%, segundo a pesquisa.

Segundo Alexandre Loloian, um dos fatores que explica essa estabilidade é a população economicamente ativa (PEA – número de pessoas trabalhando ou aptas a trabalhar) também não crescer no período.

“Isso é muito bom porque reduz as pressões sobre o mercado de trabalho”, pondera. Um dos motivos para isso ocorrer, segundo ele, é que o aumento da renda das famílias retarda a entrada dos jovens ao mercado de trabalho.

“Desta forma eles optam para estudar mais, se qualificar melhor e esperar por melhores oportunidades de trabalho”, explica Loloian. Outro motivo para a estabilidade é que uma parte dos trabalhadores não consegue se encaixar nas vagas disponíveis. São vagas com um certo nível de exigência e especialização sem o correspondente profissional.

“Aliada à péssima qualidade de ensino, as empresas nunca se preocuparam na formação do trabalhador no chão de fábrica”, critica o economista.

Da Redação