ABC unido para enfrentar a crise: Região debate com BNDES dia 31

Representantes dos trabalhadores, do poder público e dos empresários reivindicam uma nova postura do banco em relação a liberação do crédito. O banco é público e o maior financiador de empresas e obras do País, com uma carteira avaliada em R$ 300 bilhões. No dia 31, seminário em São Bernardo debate o tema

Na sexta-feira da semana que vem (31), o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, participa de seminário em São Bernardo no qual deverá responder a pauta enviada a ele pelo Grupo de Trabalho (GT) de Crédito da Agência de Desenvolvimento do Grande ABC.

No documento, representantes dos trabalhadores, do poder público e dos empresários reivindicam uma nova postura do banco em relação a liberação do crédito. O banco é público e o maior financiador de empresas e obras do País, com uma carteira avaliada em R$ 300 bilhões.

O encontro marca mais uma etapa do seminário O ABC do Diálogo e do Desenvolvimento. O evento foi realizado em março para discutir alternativas de enfrentamento a crise econômica mundial, que teve como uma de suas principais consequências trancar o crédito.

“Quando pensamos em cobrar do poder público acesso ao crédito, pensamos na manutenção e geração de postos de trabalho e em manter a atividade econômica da região”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Rafael Marques, membro do GT, ao explicar o interesse dos trabalhadores nessa articulação.

Crise
Com a crise, segundo ele, o governo federal e os bancos públicos tomaram várias medidas para manter a oferta de dinheiro em circulação, mas o sistema financeiro não acompanhou essa dinâmica.

“Uma coisa é o governo anunciar linhas de crédito. Outras são as dificuldades que o sistema financeiro coloca para emprestar esse dinheiro, especialmente para as pequenas empresas”, explica Rafael.

Um diagnóstico sobre a oferta de crédito no Brasil e como esse dinheiro chega ao tomador será outro dos principais assuntos no debate com Luciano Coutinho.

Reivindicações já atendidas
Duas das reivindicações que o GT de Crédito da Agência de Desenvolvimento apresentou ao BNDES já foram atendidas.

Uma delas é o pró caminhoneiro, programa que amplia as linhas de financiamento de caminhões com juros menores.

Outra reivindicação beneficiou a economia solidaria. Desde o início deste mês, cooperativas e empreendimentos autogeridos têm R$ 200 milhões para crédito.

O GT quer agora formalizar (tornar empresas) os caminhoneiros autônomos, donos de 70% da frota brasileira de caminhões. Assim, eles poderão ter o cartão BNDES, hoje só disponível às transportadoras, para financiar a manutenção dos veículos, o que estimularia o setor de peças.

O Banco do Brasil atendeu outro pedido e lançou o fundo garantidor para pequenas e médias empresas, o que permitirá uma redução da taxa de juros a partir de agosto. O fundo serve como uma espécie de seguro para reduzir o risco de inadimplência.

Empresas também podem participar
O seminário do GT de crédito é também aberto às empresas. Inscrições pelo e-mail eventos@agenciagabc.com.br ou pelo telefone 4992-7352. Ele será realizado dia 31 de julho, às 9h, no Teatro Cacilda Becker, no Paço de São Bernardo.

Da Redação