ABC vai criar polo tecnológico
Objetivo é estimular a pesquisa de desenvolvimento em tecnologia e aplicá-la, de maneira integrada, aos setores tradicionais da região: metal mecânico, plástico, petroquímico e cosmético
Uma ideia que começou a ser discutida no início dos anos 2000 finalmente começará a sair do papel. O Grande ABC terá um polo tecnológico que vai integrar os sete municípios. O plano consiste basicamente em estimular a pesquisa de desenvolvimento em tecnologia e aplicá-la, de maneira integrada, aos setores tradicionais da região: metal mecânico, plástico, petroquímico e cosmético. Outro ponto é fomentar a diversificação da economia regional, essencialmente dependente dos manufaturados.
O chamado Grupo de Trabalho (GT) do Polo Tecnológico, que será instalado nesta segunda-feira(3), vai ser coordenado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de Diadema, Luis Paulo Bresciani.
A implementação de um parque tecnológico regional, que não se constituirá em um só local físico para abrigar equipamentos e laboratórios, depende da ação conjunta das empresas do segmento de TI (tecnologia da informação), faculdades públicas e federais, escolas técnicas, centro de pesquisas privados, áreas de engenharias de grandes empresas, entidades representativas e poder público.
“O objetivo é criar uma rede com equipamentos espalhados pelo Grande ABC. E o GT possui a função de buscar a sinergia e a cooperação entre esses atores, para que tenhamos um esforço conjunto de modernização. Hoje não existe um esforço coordenado, cada um trabalha da sua forma”, afirmou Bresciani.
De acordo com Fausto Cestari Filho, diretor- executivo do Consórcio, o grupo de trabalho vai promover a governança entre os participantes. “O GT vai estruturar as diversas ações existentes, detectando as necessidades das empresas, oferecendo um norte a todos os agentes. Atualmente, temos um sem-número de atividades que não se ordenam”.
Entre as ações de apoio e suporte do GT, Bresciani aponta a realização de eventos técnicos relevantes na região, a fim de elevar o nível de conhecimento das empresas de TI e promover a inovação nos demais setores. “As grandes companhias, assim como as universidades, também terão papel fundamental, como o de difundir informação, capacidade de produção e auxiliar na oferta de estrutura e modernização tecnológica aos menores”.
Aqui existe uma importante questão. Segundo Renato Grau, diretor do APL (Arranjo Produtivo Local) de TI, que reúne 25 empresas da região e será colocado em prática neste mês, a maior parte das pequenas companhias não tem competência para desenvolver um projeto de inovação tecnológica e concorrer a editais que proponham seu financiamento. “Esses empresários não têm estrutura. Ficam atolados com as questões do dia a dia e não conseguem ter tempo para pensar em algo inovador ou ter verba ou estímulo para se reciclar. Muitas vezes falta competência técnica”, desabafou Grau.
Em sua opinião, é ótimo que esteja havendo um crescimento na oferta de linhas de crédito para as pequenas do segmento, com meses de carência para começar a pagar o financiamento, mas “não é como solicitar um empréstimo no banco, esses editais são bastante exigentes. Na contrapartida, oferecem benefícios como os juros baixos e o prazo longo”.
Do Diário do Grande ABC