Abeifa e ABVE criticam Anfavea por pedir antecipação de aumento do imposto para carros eletrificados
Entidades afirmam que medida é protecionista e poderia gerar insegurança no setor
O pedido da Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores) para antecipar o aumento do imposto de importação para carros elétricos e híbridos não foi bem recebido pelas demais associações do setor automotivo. Segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, o atual cronograma, que prevê um aumento gradual da alíquota até julho de 2026, não seria suficiente para conter o avanço das marcas chinesas no país.
Com isso, o executivo solicitou que a vigência do imposto máximo de 35% seja antecipada em dois anos. Ironicamente, o próprio presidente da Anfavea havia informado no começo de junho que ainda não era o momento de revisão dos termos. A Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) e Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) criticaram o pedido encabeçado pela entidade que representa as montadoras com fábrica no Brasil.
“A entidade reforça o argumento de que políticas protecionistas não trazem benefícios ao Brasil, ressaltando que, nos anos 1990, não fosse a abertura do mercado interno para veículos importados, o país não teria o parque industrial de hoje, com algumas dezenas de fabricantes”, escreveu a Abeifa, que tem como afiliadas marcas como BYD, Volvo e Kia Motors.
Já a ABVE disse que a proposta da Anfavea “representaria uma quebra de acordo e geraria insegurança jurídica para o setor de veículos elétricos” no país. Para Ricardo Bastos, presidente da entidade, o foco deveria estar no incentivo à produção nacional de carros elétricos e híbridos, o que estimularia a competitividade da indústria e a geração de empregos.
Do Automotive Business