Abeiva discute filiação de importadoras de caminhões
O crescente mercado brasileiro de veículos, quarto maior do mundo em 2010, atraiu e continua a atrair diversos novos competidores, especialmente os importadores – modo comum de iniciar operação em um novo mercado. O maior exemplo está no número de associados à Abeiva, que representa as empresas sem fábrica no País: se no fim de 2008 eram somente doze as associadas, dois anos e meio depois já são trinta. E com tendência de crescimento.
Apresentada ao mercado recentemente, com vendas a partir de agosto, a sino-britânica MG Motors ainda não faz parte da Abeiva, questão que deverá ser resolvida em breve. A japonesa Mazda, que promete voltar ao mercado doméstico no ano que vem, é outra que provavelmente figurará nos quadros da entidade.
Porém a entidade discute, hoje, se aceita filiação de pelo menos três novas empresas, todas de origem chinesa e que, em comum, têm operação distinta das associadas atuais. São elas a Foton, a Sinotruck e a Shacman.
As três companhias competirão no mercado de caminhões e não têm, por enquanto, garantido o aceite Abeiva. A questão é ideológica, afirma Paulo Kakinoff, um dos vice-presidentes: “Precisamos estudar e entender qual será o futuro da Abeiva. Vamos focar apenas em veículos e comerciais leves, com uma agenda comum a todos os associados, ou abriremos o leque também aos pesados, com demandas diferentes do quadro atual?”.
Para o executivo uma agenda não homogênea pode atrapalhar as negociações e desvirtuar as discussões cotidianas da entidade – daí a dúvida quanto à permissão de associação para estas três importadoras. Segundo Kakinoff a decisão sairá em trinta a sessenta dias, após reuniões internas.
Pelo menos até lá a Abeiva continuará a representar apenas o segmento de automóveis e comerciais leves – no semestre suas vendas responderam por 5,5% da fatia deste mercado.
A Anfavea, entidade correlata que congrega os fabricantes de veículos instalados no País, não discrimina associações de empresas de acordo com o tipo de produto: reúne desde produtores de automóveis até os de máquinas agrícolas, passando pelos caminhões e ônibus de todos os segmentos. A exceção está nas produtoras de motocicletas e bicicletas, reunidas na Abraciclo.
Da Autodata