Aberta a campanha salarial
Além de aprovar a pauta de reivindicações, assembléia na sexta-feira constatou que categoria só alcançará seus objetivos com muita luta.
Assembléia realizada na sexta-feira, além de aprovar as pautas de reivindicações
destinadas aos patrões, constatou que somente com muita luta os metalúrgicos do
Estado conseguirão atingir seus objetivos.
Além da negociação econômica com todos os cinco grupos, haverá luta
específica com o grupo 10 para mudança da data-base para setembro e garantia de
estabilidade aos portadores de doenças ocupacionais e com restrição médica
devido a acidente de trabalho.
“Mexer nessa cláusula é chutar caixa de marimbondo, é guerra”, alertou Valmir
Marques, o Biro-Biro, presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT.
Ele comentou que essa cláusula vale para todos os metalúrgicos da CUT e não
será o grupo 10 que vai tirála da gente.
“Todos devem se envolver nesta grande batalha e não apenas os companheiros do
grupo 10”, disse o presidente eleito do Sindicato, Sérgio Nobre.
Ele enumerou as reivindicações aprovadas para trabalhadores de todos os
grupos:
Reajuste para repor a inflação nos 12 meses anteriores à data-base.
Aumento real compatível com o crescimento das empresas.
Política permanente de valorização dos pisos salariais em cada setor.
40 horas semanais.
Conquistas para toda a categoria
“Queremos maior poder de compra para nossos salários. O patrão tem de
entender que arrochar salário é o caminho para a recessão”, disse Sérgio Nobre.
Ele afirmou ainda que a jornada de trabalho de 40 horas faria a categoria
chegar a 1,5 milhão de trabalhadores.
Sérgio Nobre destacou o ponto sobre formação, ressaltando a necessidade de os
metalúrgicos conquistarem um tempo para conhecer as convenções coletivas e os
direitos trabalhistas.
“Já tivemos caso de trabalhadores que não sabem nem conferir o holerite.
Assim, fica difícil garantir os direitos”, comentou. Outra reivindicação será a
assinatura de acordo com validade de dois anos. Por fim, ele disse que a
categoria deve se preparar para uma campanha de muita luta.
“As conquistas vão depender do nosso grau de mobilização”, avisou Sérgio
Nobre.
Por avanços na questão de gênero
A principal reivindicação das mulheres a ser apresentada aos patrões do grupo
10 é a garantia de creche a todas as mães metalúrgicas.
“Hoje, essa cláusula só vale nas empresas com mais de 30 trabalhadoras”,
disse a companheira Ana Nice Martins, da Comissão de Mulheres Metalúrgicas.
Outra reivindicação é o pagamento das faltas para acompanhamento do filho
hospitalizado, conforme determina o Estatuto da Criança e Adolescente.
Luta por escolas grátis no Sistema S
O presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, pediu o envolvimento da
categoria na campanha contra a cobrança de mensalidade nas escolas do Sistema S.
Ele afirmou que o sistema cobra taxa de 7% para administrar os R$ 8 bilhões
arrecadados anualmente.
“São cerca de R$ 560 milhões, o que daria para qualificar 1 milhão de
trabalhadores ao ano e não apenas os 60 mil atuais”.
Feijóo disse que a campanha vai pedir gratuidade dos cursos do Sistema S,
transparência do sistema e aumento das vagas mantendo a qualidade.
Juventude tem pauta estadual
O companheiro Wellington Messias Damasceno, da Comissão dos Jovens
Metalúrgicos, enumerou as reivindicações que serão encaminhadas aos patrões do
grupo 10.
Ele disse que essas reivindicações já foram apresentadas no ano passado, mas
nem chegou a haver negociação.
Entre elas estão a garantia de emprego na idade de prestação de serviço
militar e ao trabalhador estudante, qualificação profissional, abono de faltas
para realização de provas e vestibulares, horário fixo para estudantes e
regulamentação dos estágios.