ABVE teme fim dos incentivos com maior penetração dos híbridos leves

Com o início da produção local de modelos MHEV, híbridos leves ou micro híbridos conforme a nomenclatura adotada pela ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, é esperado o crescimento considerável da participação dos modelos eletrificados no mercado brasileiro. Nos cálculos da entidade a venda deverá superar as 160 mil unidades em 2024 e alcançar algo em torno de 240 mil unidades no ano que vem, com boa parte do crescimento composta por MHEV nacionais, aliado à tecnologia flex.

Tais modelos gozam de benefícios em alguns estados, uma forma de impulsionar tecnologias de propulsão de menor emissão de CO2. São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Distrito Federal são alguns exemplos de entes federativos que concedem desconto no IPVA, com alíquotas que variam de Estado para Estado. Na Capital paulista outro exemplo de benefício atrativo: isenção do rodízio municipal, permitindo que os elétricos ou híbridos circulem os cinco dias da semana pelo centro expandido.

Os incentivos são os mesmos independentemente da tecnologia, que começa nos MHEV com motor elétrico de 3 kW e bateria de 12 v e segue até os BEV, que contam com motor de 285 kW e bateria de 100 kWh, pegando como exemplo as configurações de dois lançamentos recentes – Fiat Pulse Bio Hybrid e Audi Q6 e-tron. Algo que levanta preocupação ao presidente da ABVE, Ricardo Bastos: ele teme que os governos simplesmente cortem os benefícios que os eletrificados têm por causa do aumento do volume.

“Temos que nos adiantar aos governos e mostrar que existem tecnologias diferentes, com graus distintos de eficiência, e manter os poucos benefícios que temos”. Colocar no mesmo balaio os micros híbridos com seus pequenos alternadores e carros recarregados na tomada pode ser prejudicial no médio prazo, avaliou o presidente, que busca internamente, com a equipe técnica da ABVE e de suas associadas, uma proposta que mantenha os benefícios ao menos para aqueles modelos mais eficientes.

Da AutoData