Ação na Daslu: Manifesto defende privilégios

A elite não engoliu a forma isenta como atua a Polícia Federal (PF) no governo Lula. Inconformados por ver um rico ser preso, 37 entidades da mais alta burguesia assinaram segunda-feira, na sede da Fiesp, um manifesto contra a ação da Polícia Federal.

A bronca dos endinheirados é porque a PF levou um deles para a cadeia na semana passada, quando prendeu por sonegação de impostos Eliana Tranchesi, dona da Daslu, a loja mais luxuosa do Brasil.

Lá um vestido custa R$ 40 mil, uma bolsa R$ 3 mil, colares R$ 380 mil e barcos R$ 2 milhões. Eles vendem também helicópteros, mas não revelam o preço.

O documento feito na Fiesp (o sindicato dos patrões na indústria) não menciona as dezenas de ações que levaram a centenas de prisões de criminosos realizadas pela PF desde a posse de Lula.

Não fala também das inúmeras investigações que a Polícia Federal está desenvolvendo e que jogará na cadeia outro punhado de bandidos.

Ao contrário, os membros da elite reclamam que as operações da PF são realizadas em “empresas brasileiras”, como se tivessem medo que a investigação chegasse às empresas deles. E mentem acusando a Polícia Federal de não agir legalmente.

É mentira porque todas as operações são feitas com mandato judicial e nunca foram contestadas na Justiça. Esse blá-blá-blá é medo de perder privilégios mesmo.

O documento foi aprovado por gente de áreas com muito dinheiro, como a bancária (Federação dos Bancos), de especulação financeira (BM&F e Bolsa de Valores), industrial (Fiesp) e jurídica (Associação Paulista do Ministério Público e Ordem dos Advogados) entre outras.

Mas teve também os puxa-sacos de sempre, pois CGT e Força Sindical apoiaram o manifesto.