Acidente mutila trabalhador

No último dia 21, por volta das 10h, mais um grave acidente mutilou um trabalhador na Cofap.
José Maurício Nolasco, de 39 anos, trabalhava na empresa há quatro meses, na função de operador de máquinas, e teve quatro dedos de sua mão esquerda atingidos por uma serra
circular de uma máquina de cortar tubos.

A operação de cortes de tubo deve ser feita em tornos, mas, por ordem da chefia, estava sendo feita numa serra franho, que não é preparada para esse tipo de material. Isto porque
esse tubo, ao ser cortado, deixa uma sobra que deve ser descartada ao final da operação. Por ser maior, a sobra enroscou na janela de saída e o trabalhador tentou desenroscar a peça com a mão.

A máquina não tem um sistema de proteção que impeça que a mão do trabalhador tenha acesso à zona de operação. Quando o trabalhador retirou a sobra enroscada, o mecanismo voltou a funcionar e atingiu a mão do trabalhador.

Perigosas e irregulares A serra também não tem sensor que a desligue sempre que aconteça um
enrosco. Com isso, ela só voltaria a funcionar se o trabalhador religasse a máquina, que voltaria ao ponto de partida para iniciar um novo ciclo.

Esse mesmo problema de falta de proteção e de sensor já havia causado um acidente em janeiro, atingindo um dedo de outro trabalhador.

A CIPA eleita e os diretores do CSE, representados pelo coordenador Nilton Costa Aguilar, o
Mosquito, informou que a colocação da proteção e dos sensores é uma demanda antiga. “Essa reivindicação já consta de várias atas de CIPA, mas a empresa nada faz, mostrando o descaso
com que trata a saúde e a segurança dos trabalhadores”, afirmou Mosquito.

Além disso, outras máquinas do mesmo tipo também não têm proteção e são igualmente perigosas e irregulares.

“Não vamos tolerar mais!”
José Maurício foi operado, mas existe o risco dele ficar sem os movimentos dos dedos e até de haver rejeição do reimplante dos dedos.

A máquina continua interditada pela CIPA e pelo CSE e só deverá voltar a funcionar depois de
“Não vamos tolerar mais!” colocados todos os dispositivos de proteção.

O mesmo deve acontecer com todas as outras máquinas.

A Magneti/Cofap vem descumprindo normas básicas de segurança e também não cumpre a lei, pois não fornece as cópias das CATs para o trabalhador acidentado e nem para o Sindicato.

“Agora chega! Não vamos mais tolerar tanto desrespeito aos trabalhadores”, afirmou Juarez
Barros, o Buda, diretor do Sindicato e trabalhador na Magneti/Cofap.