Ações do governo contra a crise e as relações com os movimentos sociais
No último dia de atividades, a Conferência "Expressões da Globalização, Análises Comparativas Brasil-Alemanha", recebeu o Ministro Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luis Dulci
Na manhã de sexta-feira (3), a Conferência “Expressões da Globalização, Análises Comparativas Brasil-Alemanha”, contou com a participação do Ministro Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luis Dulci.
Em sua fala, Dulci rebateu falsos dilemas neoliberais que pressionaram os seis anos e meio do governo Lula. O ministro ressaltou as ideológicas afirmações da mídia brasileira de que o governo não teria desenvolvido nenhum novo modelo econômico, apenas teria copiado o modelo anterior. “A visão da mídia no Brasil é neoliberal e não corresponde à realidade. Nosso governo organizou um modelo de administração completamente diferente, antineoliberal. É um modelo que foi criado em diálogo com os desafios e realidades do País”, garatiu.
Segundo ele, as projeções econômicas em 2003 (início do primeiro mandato) eram muito negativas e o cenário era muito difícil. “Tivemos que adotar o primeiro ano como período de transição para recuperarmos a estabilidade na economia. E ao longo destes anos mudamos sim as prioridades do governo federal”, contou.
Resultados
De acordo com Dulci, grande parte da população brasileira valoriza as transformações da qualidade de vida das classes populares, mas tem dificuldade em relacionar estas mudanças a um novo modelo de administração e desenvolvimento. Para ele, há falha no discurso federal.
“Apesar de o governo ter criado muitos canais de relacionamento e de transparência com a população, ainda há dificuldade em caracterizar este novo modelo como antineoliberal”, afirmou.
Um novo modelo
As diferenças entre o governo Lula e o governo anterior, foram exemplificadas no campo das exportações e dos investimentos. O pressuposto neoliberal de que há prioridade nas exportações foi quebrado no governo dos trabalhadores.
“Fortalecemos o mercado interno e acabamos com o dogma de que investimentos sociais são na realidade gastos sociais. Se tivessemos partido deste princípio, além de excluirmos parte importante da indústria, não teríamos formado este forte pilar na econômia, que é o mercado interno”, explicou.
Investimentos sociais e produtivos
A distribuição de renda fez o Brasil crescer. O governo tem aumentado os investimentos sociais em conjunto com os produtivos. “Provamos a compatibilidade destas duas esferas. Além de criar programas como o Prouni, que levou 500 mil pessoas às universidades, o Luz para Todos, o Programa de Agricultura Familiar, também criamos um nova política industrial”, disse.
“Este dinheiro que é destinado às iniciativas sociais, além de melhorar as condições de vida da população carente, transforma-se e assume importante papel na economia”, comentou.
2010
Para o ministro, os metalúrgicos brasileiros tem um acúmulo importante de informações para um forte debate em 2010. “Devemos lutar por um contrato coletivo nacional de trabalho. É importante que as centrais sindicais se articulem para implementar uma modernização do sistema trabalhista brasileiro. Direito à OLT, redução da jornada de trabalho e à Convenção 158 são importantes focos para luta”, finalizou.
Dulci iniciou sua militância política como professor em Minas Gerais e é um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores.
Da CNM/CUT