Acordo com a Argentina pode impulsionar produção no ABC, diz Rafael

Acordo automotivo de importação e exportação entre Brasil e Argentina deverá reaquecer a produção de automóveis, caminhões e ônibus no ABC.

Presidente do Sindicato, Rafael Marques

A retomada do acordo automotivo de importação e exportação entre Brasil e Argentina deve reaquecer a produção de automóveis, caminhões e ônibus nas montadoras do ABC.

O comércio entre os dois países estava prejudicado após expirar o acordo entre as duas nações no final do ano passado, causando prejuízo ao Brasil, já que a Argentina é a maior compradora do País e responde por 75% do total de nossas vendas de veículos para o exterior.

O documento assinado no último dia 11 em Buenos Aires estabelece que para cada US$1,5 milhão em carros e peças vendidos, sem imposto, o País terá de comprar US$ 1 milhão do país vizinho, também sem o tributo. O valor é definido pela moeda estrangeira.

 “O ABC é um grande exportador de automóveis, caminhões e ônibus para a Argentina e com esse acordo a região pode ver parte do seu volume de produção retornando, tanto para as montadoras como para o setor de autopeças”, destacou o presidente do Sindicato, Rafael Marques.

Segundo ele, essa é a expectativa para o segundo semestre deste ano e para os primeiros seis meses do ano que vem, pois as novas regras estarão em vigor de 1º de julho próximo a 30 de junho de 2015.

“É um acordo importante e positivo para nós porque tivemos uma perda considerável no primeiro semestre deste ano”, lembrou Rafael.

Dados divulgados pela Anfavea, o sindicato das montadoras, apontam que nos quatro primeiros meses de2014, as vendas de veículos para o exterior caíram 31,9%, em relação ao mesmo período do ano passado, de 164,3 mil unidades para 111,9 mil.

Para Rafael, com reestabelecimento do comércio bilateral entre Brasil e Argentina; as novas bases para financiamentos do BNDES e o novo volume de empréstimos bancários para aquisição de veículos novos estão entre os fatores que impulsionarão o setor automotivo no segundo semestre.

 “A tendência é que tenhamos um período melhor, influenciado por esses fatores”, concluiu o presidente do Sindicato.

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Na última quarta, dia 18, o governo federal anunciou um pacote de incentivo para a indústria brasileira, incluindo o setor automotivo.

Entre as medidas está a prorrogação até o fim de 2015 do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do BNDES, que garante financiamento de bens de capital(inclusive caminhões, ônibus, implementos rodoviários e máquinas agrícolas) com taxas de juros abaixo da inflação.

Atualmente, a taxa do PSI está fixada em 6% ao ano. Para 2014, o PSI tem orçamento de R$ 80 bilhões, dos quais R$ 65 bilhões com recursos do BNDES.

O PSI ganhará ainda uma modalidade que financiará a modernização de fábricas, o subprograma oferecerá linhas de crédito para a compra e o leasing (arrendamento) de máquinas e equipamentos novos de fabricação nacional.

O governo federal também decidiu zerar, de forma permanente, o IPI para bens de capital, o que significa que manterá isenção total do imposto federal para caminhões, ônibus, máquinas e outros equipamentos.

Outra medida diz respeito às compras feitas pela União, que terá 25% de preferência nas licitações para aquisições governamentais de produtos manufaturados e serviços nacionais. A decisão terá validade até 2020.

Da Redação