Acordo da Makita satisfaz trabalhadores

O acordo estabelece um pacote de indenização conforme o tempo de casa, tempo adicional de convênio médico e a abertura de negociação para os companheiros com restrição médica

Após 15 dias de resistência, os trabalhadores na Makita, de São Bernardo, arrancaram acordo que atende suas expectativas e encerraram o acampamento nesta segunda-feira. O acordo foi fechado no último sábado em plenária que reuniu a maioria dos 285 trabalhadores.

“É o resultado da garra e da unidade da companheirada”, considerou Rosi Machado, diretora do Sindicato e trabalhadora na empresa. Segundo ela, desde o início da luta, em 4 de setembro, os trabalhadores consideravam muito difícil reverter o fechamento da fábrica, mas queriam tornar muito mais cara a decisão da multinacional.

“O resultado da luta foi muito valorizado por todos. Ninguém arredou o pé da porta da fábrica nesses 15 dias o que criou um forte laço de união”, lembrou Rosi.

O coordenador do CSE, Claudio Miranda, avaliou que a perda do emprego é sempre traumática, mas nesse caso o pessoal sai de cabeça erguida. “Todos nós nos sentimos traídos porque a fábrica negou, até o último momento, que fecharia as portas. O golpe (o fechamento) foi tão forte que ninguém mais se sentia a vontade de retornar ao trabalho. Por isso, acredito que o pacote dá um fôlego para recomeçarmos nossas vidas”.

Já o operador de máquinas Adriano Pereira, um dos que não arredou o pé da porta da fábrica nestes 15 dias, salientou o grande aprendizado humano com o movimento. “Perdemos nosso meio de sobrevivência, mas ganhamos muito respeito e realçamos nossa dignidade. A fábrica não acreditava em nossa reação. Agora, tenho fé de nos reencontramos em outras fábricas, em outras lutas”, comentou.

Moisés Selerges, coordenador de base do Sindicato, frisou a firmeza dos trabalhadores que não se abateram diante de tão difícil situação. “Eles sabiam que era difícil reverter a situação, mas se mantiveram firmes no objetivo de encarecer as demissões”, concluiu.

O acordo estabelece um pacote de indenização conforme o tempo de casa, tempo adicional de convênio médico e a abertura de negociação para os casos de companheiros e companheiras com restrição médica.

Da Redação